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Violência e luta de classes

Quem tem medo dos black blocs?

Ou: a direita e a esquerda pequeno-burguesa se juntam na condenação da "violência" de setores da juventude que participam das manifestações

De onde vem o “vandalismo” que, segundo alguns, pode levar até mesmo à criminalização da luta contra o governo Bolsonaro, e por que há uma frente única da esquerda com a direita na condenação da “violência” nas manifestações? O “vandalismo” de setores da juventude nada mais é do que uma reação à violência do Estado, da sociedade capitalista em geral, contra todo o povo trabalhador, pobre e oprimido.

A polícia, a imprensa capitalista em geral e, particularmente, os porta-vozes das tendências mais reacionárias na sociedade são unânimes: qualquer jovem que, vestido de preto e mascarado, atira uma pedra contra a vidraça de uma agência bancária é um “vândalo”, um “criminoso”. Estão enquadrados nessa categoria não só os “Black Bloc”, como também os “Antifa”, “anarquistas” e “antifascistas”, segundo a Polícia Militar. Ou seja: a denominação é suficientemente vaga, bem como o são as leis “antiterror”, de modo a englobar qualquer tipo de oposição política que se manifeste por meio de um conflito físico dependendo, sempre, da conveniência desta linha de ação do Estado.

Está claro que, para o braço armado do Estado, quem quer que lute contra as instituições do regime capitalista e o fascismo (o que, no fim das contas, dá no mesmo) deve ser reprimido. Eis aí o eixo que faz girar a correia de transmissão que liga setores da esquerda à direita.  

Alguns dirigentes de partidos e organizações de esquerda vêem, a priori, a “violência” praticada por jovens, como as cenas vistas ao final da manifestação do último dia 3 de julho, em S. Paulo, como a ação de “infiltrados” e “provocadores”. Segundo esses, essa “violência” seria estranha ao movimento que, neste momento, luta pelo fim do governo Bolsonaro – assim como, em geral, foi rejeitada por essas lideranças nos episódios de junho de 2013. Não se trata disso.

Para essa verdadeira frente única de condenação da “violência” e do “vandalismo” de manifestantes, que vai da extrema direita à esquerda pequeno-burguesa, a juventude proletária (e proletarizada), sem acesso a educação, emprego etc., não faz parte da luta de milhões de trabalhadores, pobres e oprimidos. Antes, vale dizer, quem mais faz questão de se demarcar dos “mascarados”, “black blocs” e “vândalos” são os partidos da esquerda pequeno-burguesa, ansiosos por escapar da condenação e das críticas vindas da extrema direita.

O que ocorreu em São Paulo nas manifestações pelo “fora Bolsonaro” é, em certa medida, um eco do “vandalismo” e da “baderna” dos manifestantes de 2013, que reagiram com o que estava ao seu alcance à brutal repressão policial desatada pelo governo Alckmin (PSDB). É, por outro lado, um prenúncio do rumo que os acontecimentos podem tomar se a luta contra o governo do presidente fascista encontrar o provável obstáculo da repressão policial promovida por seus aliados “civilizados”.

Ao fazer o balanço das manifestações de 2013, nosso partido explicava que “o problema é simplesmente que o temor da burguesia ao ‘vandalismo’ é um disfarce do pavor de que as massas passem da manifestação ‘pacífica’, ou seja, inócua, à ação violenta e revolucionária”.

A evolução das manifestações “pacíficas”, da luta geral, para métodos mais eficazes implica superar a política puramente parlamentar da esquerda pequeno-burguesa. A violência praticada pela juventude nos protestos aponta em direção a uma luta mais geral na qual, tomada em um sentido revolucionário, as forças que lutam contra a opressão do regime capitalista não podem prescindir do uso da força.

O que dizíamos em 2013 permanece atual. “se a ação dos ‘vândalos’ é desorganizada, deve ser organizada. Se a ação dos ‘vândalos’ é sem objetividade, deve ser fornecido um objetivo claro. Se a ação dos ‘vândalos’ é minoritária é preciso torná-la geral. E não combatê-la”.

É nesse sentido que nosso partido dirige um chamado à juventude revolucionária, aos militantes e ativistas do movimento operário e popular, a se organizar para formar um bloco vermelho nas manifestações de luta pelo “fora Bolsonaro”: como expressão de uma posição de classe, em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos explorados, e com o objetivo de organizar os que querem lutar, para que a luta contra o governo seja levada até o fim.

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