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Injúria e difamação

Bruna Brelaz, racismo e censura

A esquerda pequeno-burguesa tem apostado suas fichas no sistema judiciário, não eleito, composto por amigos de latifundiários, banqueiros e empresários

Em números recentes, a população carcerária brasileira estaria chegando perto de um milhão de pessoas, espalhadas nas mais variadas carceragens, centros de detenção, presídios, delegacias, enfim, na enorme estrutura repressora do Estado brasileiro, herança da escravidão e da ditadura militar.

A situação social do negro não se muda facilmente, e, desde o golpe de Estado para cá, na verdade, piorou de maneira considerável. Os negros foram as maiores vítimas da pandemia do coronavírus, da crise econômica e social, e, a despeito dos números, basta uma breve caminhada nos centros das cidades para notar que o regime golpista tem sido duro com essa população.

Apesar da recente aparência democrática conferida pela esquerda, o Poder Judiciário é um dos principais responsáveis pela situação do negro tal como ela está. Por exemplo, é o único poder não eleito, e, ao contrário dos demais, o Judiciário é (desde sempre) um responsável pela situação do negro.

O recurso à justiça tende, ao longo da história, a ser o último utilizado pelo negro em razão desta situação. Os direitos dos negros são trucidados nessas verdadeiras inquisições modernas, que são as cortes brasileiras. Não eleitos, em grande medida os juízes representam, na verdade, os interesses daqueles que mandam no país desde a ditadura militar, os interesses da burguesia mais conservadora que existe.

Brelaz e o processo 0703833-26.2022.8.07.0007

Essa breve apresentação é para, tão somente, colocar mais um problema dentro da esquerda, que é a tentativa de resolver problemas políticos com a justiça dos patrões.

Em caso recente, a presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Bruna Brelaz (PCdoB), de quem se espera uma posição política democrática e combativa, resolveu processar um dos coordenadores do Coletivo de Negros do PCO, o companheiro Juliano Lopes.

O companheiro publicou uma coluna neste diário Causa Operária, na qual denunciava a política de conciliação de classes de Bruna Brelaz com gente como Fernando Henrique Cardoso e o MBL (Movimento Brasil Livre), golpistas de carteirinha. 

Essa conciliação foi denunciada como uma política de negro de alma branca, ou seja, aquele negro que está a serviço dos interesses dos patrões. Brelaz, ao invés de defender os direitos do povo negro, se aliou justamente aos seus opositores. Por isso a crítica feita pelo companheiro Juliano Lopes.

Antigamente, diante de casos como este, se estabelecia dentro da esquerda a polêmica. Ou seja, um debate que visa justamente avançar na compreensão dos problemas políticos colocados, para se chegar a uma conclusão racional, progressista.

Mas esse método mudou de uns tempos para cá, e, sob forte influência da direita, a esquerda apelou e apela constantemente para o não-eleito Poder Judiciário para resolver os conflitos políticos. Um exemplo escandaloso disso foi o recente pedido do Partido dos Trabalhadores, feito para o Tribunal Superior Eleitoral, para que multe Jair Bolsonaro em um milhão de reais em caso de “discurso de ódio”, e ainda está para nascer alguém que explique o que é discurso de ódio, e por qual razão isso deveria ser crime.

O crime e o negro

Ocorre que Brelaz acredita, talvez, que um processo penal contra o companheiro Juliano Lopes pode servir para reposicionar socialmente o negro dentro do regime. Essa ideia é falsa. E o que realmente está acontecendo é justamente o contrário: agora temos mais um negro no banco dos réus, um clichê do regime burguês.

A esquerda pequeno-burguesa tem apostado suas fichas no sistema judiciário, não eleito, composto por amigos de latifundiários, banqueiros e empresários. Seriam eles que resolveriam o problema político e econômico no Brasil, especialmente o problema do negro, do racismo. Mesmo que o golpe de 2016 tenha demonstrado o exato oposto, não tem quem consiga tirar essa ilusão desse setor político. 

O crime de opinião

Se não é isso, ou seja, que a cadeia de alguém vai resolver o problema do negro, ela acredita simplesmente que a crítica política deve ser censurada. 

Nesse sentido é um retrocesso de mais de 40 anos na luta política nacional, e, no caso da esquerda, é um aceno para posições abertamente direitistas, pois, como se sabe, a censura é uma das principais armas do regime capitalista, basta ver o que aconteceu com o PCO, censurado pela decisão do Sr. Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal). 

Campanha

Diante desse problema, ao invés de um debate jurídico (que pode ser feito), é necessário expandir o debate político, e o Coletivo de Negros o fará através de sua revista João Cândido, cujas últimas três edições estão sendo vendidas, em caráter promocional, por R$ 50,00, com a postagem incluída.

Participe, adquira suas revistas através do pix: joaocandidopco@gmail.com, onde você pode fazer o pagamento e enviar o endereço de entrega das suas revistas. 

Dessa forma, a ideia do Coletivo é justamente expandir sua concepção do problema do negro na sociedade e a política de luta que deve ser adotada, através de sua principal arma de expressão: uma imprensa própria. Também por isso a defesa da liberdade de expressão irrestrita, absoluta, posto que direito fundamental de qualquer povo oprimido. 

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