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Ditadura

Cancelamento do carnaval: um regime de apartheid

É preciso convocar protestos antes e durante o carnaval contra a política escravocrata para que o povo só pode trabalhar e morrer sem reclamar

“Trabalha de janeiro a janeiro
Em fevereiro cai na delícia da folia”

Assim exaltavam os versos de um bonito samba da minha Portela do final da década de 70.

Para não sair do terreno musical, poderíamos emendar, com os versos de outra canção,  da mesma década, composta por Chico Buarque, “Maninha:

“…hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou”

Usando como pretexto a pandemia, que eles nada fizeram – de fato – para combater e da qual procuram e ainda procuram tirar proveitos econômicos e políticos, os governos da burguesia seguindo os interesses dos seus verdadeiros donos, estão decretando o cancelamento do carnaval. Pelo menos, de boa parte das atividades mais populares da maior festa do povo brasileiro.

Pelo menos 15 capitais e centenas de cidades suspenderam total ou parcialmente os festejos momescos, um desejo antigo da reacionária direita inimiga de tudo o que diga respeito ao povo e à sua cultura, defensora da repressão permanente dos trabalhadores e da juventude.

Desta feita, usam como pretexto o fato de que, desde o final do ano passado, voltou a crescer o número de casos de COVID-19 no Brasil. Em um verdadeira nova onda com aumento de 300% do número de casos, em relação ao registrado há duas semanas. Em alguns casos, como o Rio de Janeiro, o aumento foi quase 7.000% do número de casos. Dados que refletem apenas parcialmente a realidade uma vez que diz respeito apenas à parcela minoritária do público que teve acesso aos testes e que foram “positivados”. Em várias cidades do País, como São Paulo, chega-se a falar de testes até nas farmácias, quando estes deveriam ser fornecidos gratuitamente pelo Estado, dominados pela direita muito ocupada em entregar os recursos públicos para os bancos e outros abutres capitalistas que – cada vez mais – sustentam suas fortunas no assalto aos cofres públicos, sustentados pelos impostos pagos pelos trabalhadores, que não têm o esquema de sonegação da burguesia.

Como de costume, procuram responsabilizar o povo pelo sofrimento que o regime golpista por eles imposto, provoca.

Por falta de investimentos públicos e medidas de efetivo combate à pandemia, o Brasil corre o risco de se somar a uma nova onda da pandemia que ameaça o Mundo com dezenas de milhões de novos casos somados aos mais 300 milhões já registrados. Além disso, é possível que se somem milhões de novas vítimas fatais aos quase 5,5 milhões.

Ao mesmo tempo,  vivemos no Brasil um surto de influenza que sobrecarrega os sistemas públicos de atenção primária à saúde. E como se não bastasse, o governo anunciou um suposto ataque hacker às plataformas do Ministério da Saúde no final de novembro, o que está servindo de pretexto para um verdadeiro apagão de informações oficiais primordiais para o desenvolvimento de políticas públicas. Não por acaso, esse “apagão” está totalmente de acordo com a política pública e publicitária do governo que mente para a população e leva adiante a política de favorecimento dos grandes monopólios farmacêuticos internacionais.

A imprensa golpista atua firmemente na campanha de culpar a própria população vitimada: 

“Festas de fim de ano fazem casos de covid disparar em SP, Rio, Bahia, Minas e Pernambuco”,  destaco do reacionário jornal O Estado de S. Paulo (5/1/22).

“Após festas de fim de ano, famílias contabilizam contaminados por Covid”, disse a Folha de S.Paulo (4/1/22).

Depois de meses (de “janeiro a janeiro”) circulando em transportes lotados com milhares de pessoas todos os dias, convivendo em locais sem os devidos cuidados públicos, incentivada pela propaganda capitalista a sair às compras em shoppings, ruas e centros lotados etc. etc. a população é responsabilizada pela situação por se reunir em festas locais, quando as festas públicas foram canceladas pelos governos direitistas.

Nesta mesma linha, e com o mesmo propósito de transferir a responsabilidade para o povo e ainda economizar recursos públicos que serão entregues aos capitalistas, a imprensa e os governos fazem campanha aberta pelo cancelamento do carnaval. Principalmente do carnaval popular, de rua, que leva milhões de pessoas às ruas e que, há anos, vem sendo duramente combatido pela direita, como todas as manifestações da cultura nacional, queridas pelo povo.

Para a burguesia e seus governos é evidente que o povo trabalhador só pode sair às ruas, se aglomerar, se contaminar e até morrer, se for para garantir os lucros dos grandes capitalistas. Eles esperam que o trabalhador siga as imposições arbitrárias e se submeta à repressão cotidiana da burguesia e do aparato repressivo do Estado contra a imensa maioria do povo.

Quando se trata de juntar-se com outras pessoas para festejar ou protestar, a coisa muda de figura. Para a direita, os festejos estão reservados para uma pequena parcela da população, principalmente, para aqueles que podem pagar caro por esse privilégio e em condições que geram lucros para determinados grupos poderosos. 

Assim, os mesmos governos que anunciam a proibição dos blocos de rua, anunciam que vão permitir a realização de espetáculos pagos, com ingressos, mesmo que isso signifique envolver milhares de pessoas, aglomerações, etc. Poderão manter suas atividades os poderosos conglomerados de TV, a Rede Globo acima de todos, que teriam mantidos os desfiles das escolas de samba – apenas – dos grupos de elite transmitidos pela TV, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A esquerda classista e combativa precisa defender os direitos democráticos da população, rejeitar essa politiza nazista e não dizer “amém” à política reacionária da direita.

É evidente que o cancelamento do carnaval nada tem a ver com uma preocupação com a saúde. Tem como objetivo claro impedir as manifestações populares, depois que os últimos carnavais depois do golpe de Estado (2016) transformaram-se claramente em uma explosão de protestos contra os governos golpistas de plantão, tendo como “hits” principais, o “Fora Temer”, em 2017 e 2018, e “ei Bolsonaro, vai tomar no c*” em 2019.

É evidente que estão tentando evitar protestos como esses e o grito de “Lula presidente”. Querem impedir que transpareça nas ruas a revolta popular em meio à polarização política puxada pela esquerda, em um País que vive o maior período de retrocesso econômico de todos os tempos.

Essa revolta do povo, que a direita quer conter, deve ser impulsionada pela esquerda e por aqueles que querem impulsionar a luta real pela derrota do regime golpista.

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