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O pior ainda está por vir

Recuperação da economia global perde fôlego e preocupa burguesia

Superada a fase de socorro prestado pelos governos, será quando veremos o que sobra no mercado das empresas, e o retrato fiel da crise do capital

Com o despejo de algo em torno de US$ 20 trilhões no mercado pelos governos de vários países do globo, o imperialismo se socorre com os cofres públicos para evitar o que seria a agonia de uma economia que já vinha em frangalhos pelas crises suportadas, mesmo antes da pandemia, e que, com ela, teria sido empurrada para o abismo.

O imperialismo tenta esconder a crise dimensionando o problema como sendo fruto da pandemia. E dividindo em três fases, têm analisado crise como sendo da seguinte forma: 1ª fase – o período pré-pandemia, quando tudo estava bem; 2ª fase – o período durante a pandemia, e que dura até esse mês de outubro, quando os governos fizeram uma injeção de recursos para lidar com a paralisia da economia, e que justifica a crise atual; e 3ª fase – o período final da pandemia, onde é feita uma recuperação econômica, contando que isso vai desembocar na retomada e normalização do mercado, mas com a diminuição dos recursos públicos injetados pelo governo, o que torna o processo mais lento e mais difícil, mas não menos consequente.

É claro que isso é uma farsa, já que a crise é anterior e não vai se resolver com a retomada da economia no final. Houve várias tentativas da burguesia e o imperialismo reaquecer a economia, mas como estamos vendo, é uma tentativa equivocada de lidar com a pandemia, já que ainda não há vacina. Também ficou claro em muitos lugares onde se tentou utilizar a ideia de imunidade de rebanho, que isso não funciona, e que mais não fez do que provocar a morte de muita gente. Até porque não ficou comprovado que haveria imunidade no organismo daquele que contraiu a doença, e o que se constata em todo lugar onde se tentou abrir a economia, é que há uma nova onda de contágio e mortes.

Esse é o alerta de economistas de Wall Street, e que tentam mostrar que estamos no final de uma crise, é, na verdade, uma falsificação que contrasta com a situação, e que é geral e tende a piorar, de quebradeira e falência para todo lado, e, em muitos lugares, da necessidade imperiosa de, não só continuar com o apoio do governo, mas aumentá-lo e ainda contar com o apoio da iniciativa privada para distribuir melhor a renda, com mais oferta de emprego e diminuição da jornada de trabalho, sem o que não será possível a superação.

Muitas autoridades estão entendo como passageira essa fase final, mas de difícil transição, quando  veremos reduzir o apoio dos governos com a injeção de recursos  ou isenções fiscais fundamentais para a recuperação, como já aconteceu nos Estados Unidos. Lá, diante das dificuldades encontradas, os cortes de empregos temporários tendem a se tornar permanentes, e isso se verifica pelos últimos acontecimentos, quando quatro gigantes corporativos como Walt Disney e Royal Dutch Shell, e que, não querendo diminuir suas margens de lucro, preferem agravar a crise do desemprego com a demissão de dezenas de milhares de trabalhadores. 

Uma decisão como essa, e que não é exclusiva dos EUA, certamente, vai contribuir para o próprio coronavírus se espalhar mais rápido e obrigar a que governos recorram novamente aos confinamentos, ainda mais agora onde haverá a chegada do clima mais frio. Mesmo assim, podemos presenciar manifestações de um falso otimismo da burguesia, e que pressionam os governos com esse espírito, para que abram a economia independente do prejuízo e mortes que possam causar, como é o que faz Ethan Harris, responsável por pesquisa econômica global do Bank of America. “Estamos deixando a fase de recuperação das paralisações” … “Agora estamos mais na fase de moer para a frente.”, disse.

No Brasil, Roberto Setubal, capitão da Itaú S.A, conglomerado que abrange empresas como o Banco Itaú-Unibanco, Duratex proprietária das marcas Deca, Hydra, Portinari e em aquisição da Liquigás, a Copagaz e a Alpargatas dona da Havaianas, diz que o Brasil sairá da crise fragilizado (desindustrializado) com a dívida subindo e com pressão para aumentar os gastos (do governo). Relata que a grosso modo a economia está dividida em 25% no agronegócio, 15% na indústria e 60% no setor de serviços. ‘Neste setor se encontram os bancos’. Diz que a retomada será desigual entre os setores.

Para todo o lado, o resultado já é sentido como a crise mais profunda das últimas gerações. E, de fato, os governos já sinalizam com a diminuição de recursos a serem injetados na economia, o que não nos deixa com uma boa perspectiva de recuperação.

Os economistas dos bancos acreditam que as autoridades fiscais poderão repetir os erros cometidos após a crise financeira de 2008, com o retorno prematuro à austeridade. Nos EUA, eles têm cortado previsões de crescimento para o quarto trimestre, porque temem que os esforços para aprovar outro projeto de lei de gastos do coronavírus emperrem no Congresso, embora um acordo ainda seja possível antes da eleição presidencial de novembro.

No final das contas, o que nos espera é uma política que vai financiar toda a perda da economia com impostos que recairão sobre os cidadãos, superexploração dos trabalhador com achatamento salarial, com aumento das taxas de juros bancário, entrega de todo o patrimônio do país aos bancos, que, colocando seus recursos entregues aos governos, receberão muito mais em troca.

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