Da redação – A crise das direções do movimento operário é cada vez maior. O Movimento ao Socialismo (MAS) capitula mais uma vez diante do golpe de Estado promovido pelo imperialismo aliado com a extrema-direita e as Forças Armadas contra Evo Morales na Bolívia, ao aceitar novas eleições fraudulentas.
A ideia da fraude eleitoral que se aproxima e a legitimação do golpe é que a maior liderança operária boliviana “comande” as eleições, sem participar nela como candidato, dando lugar a outros candidatos mais palatáveis para a direita e que não tenham chances reais de ganhar.
Com isso, a burguesia pretende dar uma aparência constitucional ao golpe de Estado, pois ao impedir a participação de Evo e, com isso, ganhar as eleições, a direita conseguiria alguma legitimidade.
A situação é similar ao que ocorreu nas eleições de 2018 no Brasil, quando o ex-presidente Lula foi impedido de participar do processo eleitoral, o PT capitulou diante da fraude eleitoral e o fascista Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República.
Essa política capituladora tem se mostrado ineficaz para combater os golpes do imperialismo em toda América Latina. A esquerda, apegada às instituições burguesas e ao fetichismo da democracia parlamentar burguesa, tem sido incapaz de mobilizar o povo nas ruas e romper com a política de conciliação de classes.
A política do MAS é expressão dessa incapacidade e capitulação diante do imperialismo, mesmo quando o povo boliviano vai às ruas para tentar derrotar o golpe.