247 – Documento obtido pelo Jornal do Commercio revela que o agora ex-comandante geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Vanildo Maranhão, foi quem deu a ordem para que policiais militares atacassem com bombas e agissem com truculência contra manifestantes no Recife (PE), no último sábado (29).
De acordo com reportagem dos jornalistas Raphael Guerra e Samara Lopes, minutos antes de os manifestantes seguirem para a Praça do Diário, localizada no coração da capital pernambucana, o agora ex-comandante Vanildo Maranhão deu a ordem para que eles fossem dispersados antes mesmo de chegarem ao local indicado. O documento foi destinado ao subcomandante do Batalhão de Choque, major Valdênio Corrêa Gondim da Silva.
“Ao chegar com a tropa de Choque na praça do Derby, entrei em contato com o major PM Monteiro, via telefone, onde fui informado por ele que a determinação do comando geral da PMPE era para fazer a dispersão da manifestação”, diz um trecho do documento.
E segue: “Por volta das 11h30, o capitão PM Máximo (oficial de supervisão) chegou ao local e incorporou na Tropa de Choque. Neste momento, recebi uma ligação do major Feitosa, coordenador do Copom, me informando que a determinação do comandante geral da PMPE era para que: se os manifestantes avançassem em direção à Praça do Diário, era para a tropa de choque realizar a dispersão via CDC, usando os meios dispostos”, destaca parte do material obtido.
Cidadãos foram atacados por policiais e dois homens receberam tiros de bala de borracha nos olhos. Um deles, Jonas Correia, de 29 anos, acabou ficando cego de um olho. Até mesmo a vereadora Liana Cirne Lins foi vítima da repressão policial.