Em todo mundo, a política fundamental do imperialismo é o estabelecimento de governos que sejam alinhados. A crise econômica mundial intensificada em 2008 com o colapso do Subprimes nos Estados Unidos e com a dívida soberana na Europa em seguida, provocaram o desenvolvimento de vários golpes de Estado em diversos país do mundo, com parte da tentativa de controle dos governos.
Assim, manifestações de ruas e protestos “ populares” são forjados como instrumentos para queda de governos não vinculados diretamente aos interesses imperialistas. A tônica é aproveitar cada crise política, para provocar desestabilização para derrubar governos hostis, dessa forma, resultados de eleições são manipulados ou contestados como na Bolívia e mais recentemente na Bielorússia, e eventos como a explosão no porto de beirute são provocadas ou instrumentalizadas para retirar governos.
Os morentistas adotaram como política recorrente apoiar as “ revoluções coloridas” pelo mundo a fora, fazendo frente na prática com imperialismo. Essa política levou os diferentes grupos morenistas a apoiar a derrubada da Irmandade Mulçumana no Egito e da ex-presidenta Dilma Rousseff no Brasil.
Em artigo publicado no site Brasil 247, Valério Arcary , egresso do PSTU e dirigente da corrente Resistência no PSOL segue essa linha política de tomar como “ insurreições” as ações orquestradas pelo imperialismo.
“Mas agora, depois da explosão em Beirute, foi no Líbano, e o governo renunciou. Esta semana, também, na Bielorússia, a Rússia Branca, na sequência das eleições presidenciais. Estamos, de novo, diante das “esquinas perigosas” da história. Levantes da juventude, rebeliões populares, explosões acéfalas, insurreições. Injustiça e tirania continuam sendo o fermento das condições objetivas da abertura de situações revolucionárias.”
Ou seja, ele diz que são rebeliões populares o que está ocorrendo no Líbano e em Belarus. Em nenhum ponto do artigo Arcary aponta que nos diversos acontecimentos mundiais, o acirramento da luta de classes, tem tido como resultado a derrubada de regimes pelas forças políticas ligadas ou fomentadas diretamente pelo imperialismo e não pela classe operária. Nesses dois países em específico, Bielorrússia e no Líbano, as ações de ruas orquestradas pelo imperialismo são apresentadas indevidamente como sendo insurreições, mas na verdade trata-se de coxinhatos da direita manipulados pelo imperialismo para derrubar os governos nacionalistas, assim como ocorreu na Bolívia, na Ucrânia e no Egito, por exemplo.
Acreditar como faz Arcary que os protestos na Bielorússia são “ espontâneos” e que os interesses geopolíticos do imperialismo na região não são o fato decisivo, não é simplesmente ingenuidade, mas trata-se de um erro colossal, que coloca mais uma vez um grupo morenista, ainda que “ renovado” a reboque do imperialismo.