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Pela dissolução da polícia

Reação popular à repressão na 100ª noite de protestos em Portland

Pela 100ª vez, Portland ouviu das ruas o grito de revolta do movimento Black Lives Matter contra a discriminação racial e a brutalidade policial.

Pela 100ª vez, Portland ouviu das ruas o grito de revolta do movimento Black Lives Matter  contra a discriminação racial e a brutalidade policial, desde a morte de George Floyd. A manifestação se deu neste sábado à noite, e, na tentativa de reprimir os protestos do grupo pela políca, que encarou o evento como não autorizado, não foi possível evitar o confronto, que acabou acontecendo em meio a uma chuva de coquetéis molotovs, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha e várias dezenas de prisões.

Os manifestantes têm ocupado as ruas quase que todas as noites desde a morte de Floyd em maio. São antirracistas e antifascistas, munidos de capacetes e máscaras de gás e até escudos feitos à mão, que se insurgem contra a polícia pedindo o fim da instituição, que é colocada no protesto como a expressão da opressão de um país onde a discriminação racial é institucionalizada. 

Além do caso de Floyd, também agrava o confronto acirrando os ânimos dos manifestantes o fato de Aaron Danielson, de 39 anos, partidário de um grupo nacionalista chamado Patriot Prayer, ter sido baleado e morto à margem de uma manifestação. O que teria levado à morte de Michael Reinoehl, homem de 48 anos, que se dizia “antifascista” nas redes sociais, na quinta-feira, pela polícia no estado vizinho de Washington, que o teria baleado quando tentava fugir, de posse de arma de fogo.

Uma manifestação da extrema-direita em apoio à reeleição de Donald Trump em 3 de novembro está programada para Portland na segunda-feira, aumentando o temor de novos incidentes.

Juntamente com a população de outras cerca de duzentas cidades onde o movimento também mostrou seguidores, Portland chegou a ter centenas de pessoas num parque da cidade que se propunha a ser livre da intervenção policial, similar à ocupação de Capitol Hill em Seattle, mas foi desmontado pela polícia alguns dias atrás.

Embora o núcleo dos manifestantes tenha sido muito bem organizado desde o nascimento do movimento em maio – com pessoal médico voluntário e a distribuição gratuita de comida e de equipamentos de proteção -, está longe de ser verdadeiramente estruturado, ou homogêneo, com uma orientação política clara e bem orientada.

Nele, há os antirracistas e os ativistas dos direitos LGBTQ, que convivem com os grupos de esquerda radical com escudos e prontos para o combate, assim como estudantes de shorts e sandálias, curiosos e um ou outro que parece estar fora do lugar, de aparência suspeita.

Embora tenham em comum como inimigos nas ruas movimentos de extrema-direita como é o caso do grupo  Patriot Prayer, e a própria polícia, é claro, o movimento não consegue manter uma unidade de proposta e por vezes se enfraquece sobre o que fazer na prática, entre protestar contra o racismo, ou o fascismo de Washington, Trump e a polícia, dividindo o próprio grupo no objetivo de sua marcha e o destino do protesto.

A pauta identitária é, de certa forma, um retrocesso na luta política quando tira o foco da luta de classes e permite um fracionamento do movimento, facilitando o contra-ataque da burguesia através da polícia, seu braço repressor.

A burguesia, sempre quando se vê em uma crise econômica profunda precisava impor um regime de terror para evitar que seus inimigos de classe entrem em movimento e tomem o poder. E esse terror é sempre destinado aos setores que já são costumeiramente esmagados pela sociedade capitalista, como negros, mulheres e indígenas. O fascismo é um recurso da burguesia com essa finalidade, e, portanto, só pode ser derrotado por meio da mobilização da classe operária contra os capitalistas de conjunto.

A luta contra o racismo contribui com a luta contra o fascismo, uma vez que a única beneficiada de ambos os fenômenos é a burguesia. A luta contra o fascismo, por sua vez, faz a burguesia racista recuar e põe em marcha a unidade dos trabalhadores e demais explorados contra seus algozes.

O fim da polícia é uma palavra de ordem que tem ganhado força entre os manifestantes, mas sem dúvida, porque ainda não há uma unidade, as vozes do fora Trump ainda são esparsas, e muito ainda há que fortalecer o movimento na direção da luta da classe operária contra a opressão do capital.

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