A burguesia de Caldas Novas, principal cidade turística de Goiás, entrou definitivamente em desespero. Em meio ao pico da pandemia de coronavírus, quando o Brasil se torna o terceiro país do mundo em número de infectados, com potencial de se tornar o segundo ainda esta semana, a Prefeitura de Caldas Novas emite um decreto liberando a abertura de boa parte do comércio.
A liberação inicia nesta terça feira (19/05) e permite a abertura de lanchonetes, padarias, barracas de alimentação em shoppings ou feiras em qualquer horário. Bares e restaurantes irão abrir na próxima segunda feira entre 10 hs e 22 hs. As regras de funcionamento incluem a proibição de música ao vivo e abertura de brinquedoteca, além disso, os estabelecimentos deverão afixar orientações expressas da necessidade de higienizar as mãos antes de entrar e ao tossir ou espirar, também deverão oferecer álcool 70% para este fim.
Caldas Novas adota a política proposta por Bolsonaro de liberar alguns setores sem a menor justificativa científica, como foi o caso da inclusão de barbearias e salões de manicure dentre as atividades consideradas essenciais, para em seguida usar o funcionamento destes estabelecimentos como argumento para a liberação geral da atividade econômica. A medida é criminosa, pois vai colocar a população em grande risco, no momento de maior expansão do vírus no Brasil.
Para a burguesia de Caldas Novas, assim como a do restante do país, a atividade econômica é mais importante que a vida da população. Nenhuma ação efetiva está sendo tomada para prevenir o contágio ou aplacar o sofrimento dos mais pobres. A burguesia trabalha com o cálculo de que morrerão os mais velhos e os mais pobres, e isso é aceitável para proteger seus ganhos.
Se considerarmos a subnotificação, já que somos o país que menos testa covid-19 no mundo, podemos concluir que o Brasil já é principal foco da doença no planeta. Segundo estudo da Fiocruz 9 em cada 10 casos de covid-19 não são notificados, para a Universidade de Pelotas no Rio Grande do Sul, o número de infectados é 26 vezes maior que o anunciado pelo Ministério da Saúde.
Nesse momento em que os governos, federal, estaduais e municipais, se empenham em salvar os capitalistas é preciso mobilizar a população contra os riscos de seguir a política burguesa, e da necessidade de organização do povo para lutar contra a pandemia e contra os ataques da burguesia que só pensa em seus lucros.