O governo Ratinho Jr. E a companhia de águas e saneamento do Paraná tentam, através da imprensa, responsabilizar a população pela crise de abastecimento de água em Curitiba. Segundo a Sanepar a taxa de economia de água caiu no mês de outubro e os reservatórios atingiram níveis críticos, o que pode precarizar ainda mais o abastecimento de água que já atende a um rodízio de 36 horas com e 36 horas sem água.
O que a Sanepar não disse é que esta situação crítica do abastecimento de água de Curitiba é uma novela de terror que já se estende por anos desde que o abastecimento de água na cidade foi privatizado. Isto é que acontece quando se sujeitam serviços que dizem respeito ao interesse público à lógica do lucro. Por isso faltam investimentos em infraestrutura, porque a lógica do mercado não consegue dar conta de necessidades que são de interesse público.
Esta é uma consequência da privatização dos serviços públicos, a precarização no oferecimento do serviço. Mas esta é a lógica predominante tanto do governo em Curitiba quanto do governo federal. Propaga-se a ideia de que a privatização vai melhorar os serviços quando, na verdade o que se tem como resultado é a agravamento dos traços críticos no que diz respeito ao acesso a eles.
Tanto a tentativa de transferir para a população a culpa pela falta de investimentos como o risco de um rodízio ainda mais rigoroso, onde se tenta resolver um problemas atacando as consequências e não as causas, consistem de verdadeiros crimes contra a população que se vê acuada em meio aos assédios dos poderosos, o que se agrava ainda mais em contexto de pandemia.
A saída para este problema está na mobilização popular. É preciso ir às ruas para derrubar a política da privatização tanto no Paraná como no país. É preciso derrubar Ratinho Jr. e Bolsonaro com uma cajadada só sob o risco da política de privatização das duas esferas matarem a população de sede. É preciso restituir o abastecimento, estatizar todo o serviço de águas e saneamento, arrancar a estatal das mãos dos capitalistas e entregá-la ao controle dos trabalhadores.