Da redação – Nesta semana a publicação britânica Times Higher Education, que anualmente publica um ranking com as melhores universidade do mundo, apontou que na edição deste ano o Brasil tem seis universidades a menos entre as mil melhores do mundo. Segundo o próprio ranking, esse é o segundo ano seguido que o Brasil tem menos faculdades entre as mil melhores: este ano são 15, ano passado eram 21, e em 2016 eram 27.
No Rio Grande do Sul as universidade que constam no ranking permanecem as mesmas: UFRGS, UFPEL, PUCRS, UFSM e Unisinos. O que deve ser destacada é que a maior parte das universidades bem conceituadas são universidades públicas, justamente aquelas que vêm sendo mais atacadas pelo corte de verbas monstruoso realizado pelo governo golpistas de Michel Temer.
As universidades brasileiras melhor avaliadas seguem sendo a USP e a Unicamp, apesar de terem perdido posições no ranking e estarem pior do que nos anos anteriores. O que mais pesou para a piora da avaliação foram os cortes significativos que estas universidades tiveram na área de pesquisa, que é um dos principais itens para a avaliação do ensino superior.
As universidades que foram retiradas do ranking desse ano são as seguintes: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Estaduais do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Dentre estas, destaca-se o caso da UERJ, que sofreu um violento ataque dos golpistas e está prestes a fechar as portas.
O diretor editorial da publicação, Phil Baty, declarou que um dos principais problemas do ensino superior no Brasil é justamente o corte de verbas promovido pelos golpistas que inviabiliza a manutenção do nível de ensino e pesquisa. Segundo Phil Baty “você simplesmente não pode alimentar instituições de pesquisa de nível mundial com cortes de financiamento, e os sérios problemas econômicos enfrentados pelo Brasil não são um bom presságio para o futuro. O declínio de financiamento e os declínios no ranking podem alimentar um círculo vicioso, com os talentos saindo do país. O Brasil precisa encontrar uma maneira de obter recursos vitais em suas universidades, públicas ou privadas, para revitalizar o sistema e conter o declínio”.
A situação das universidades no Brasil, principalmente as públicas, vem piorando drasticamente desde o golpe de 2016 contra a então presidenta Dilma Rousseff (PT) e a tendência é de que o cenário se torne ainda pior na medida em que os golpistas levem a diante o projeto neoliberal de privatização total do ensino superior. A luta pela educação pública deve ser levada adiante por toda a comunidade universitária e por toda a população que deve se engajar na luta contra o golpe de Estado de conjunto, para derrotar o projeto neoliberal da direita e impedir que o ensino superior caia em sua integridade nas mãos dos capitalistas.