Nesta sexta-feira, 1º de junho, o premiê Mariano Rajoy foi destituído do cargo. O dirigente do Partido Progressista (PP) espanhol, sofria várias acusações de corrupção no chamado “Caso Gurtel”.
Em seu lugar entrou Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que, em união com outros partidos de esquerda como Ciudadanos , Podemos, Esquerda Unida (catalães) e o Partido Nacionalista Basco entre outros grupos, aprovaram a moção de censura por maioria absoluta (no mínimo 174 deputados).
Pedro Sánchez passa a ser o premiê em exercício até sua confirmação pelo rei Felipe, na segunda-feira, dia 4.
Sob o governo de Rajoy, em vigência desde 2011, a porcentagem de desempregados abaixo de 25 anos chegou a quase 40%. Um presidente de direita caiu, mas nem tudo são flores.
O PSOE, que já governou a Espanha, é extremamente conservador. Segue uma política neoliberal que não representa a esquerda. O Podemos, partido pequeno-burguês oportunista, muito semelhante ao Psol brasileiro, não tem política própria e nem apoio verdadeiro da população. O Ciudadanos se torna cada vez mais centrista. As expectativas dos trabalhadores e de todos os espanhóis de esquerda e do mundo não devem ser as melhores.
Já no congresso, o PSOE conta com apenas 84 cadeiras, enquanto o PP, conta com 134 das 350. Será difícil governar nessas condições, mesmo que Sánchez quisesse.
A instabilidade política na Europa salta aos olhos: a extrema direita cresce em quase todos os países imperialistas, notadamente Alemanha e Itália. O governo do PSOE na Espanha tem uma coalizão muito frágil e um caráter direitista, sendo semelhante ao neoliberal Emanuel Macron na França.
Com isso, novas eleições devem acontecer em um governo que provavelmente não irá se sustentar, devido ao caráter direitista, o apoio frágil e uma oposição robusta.