Na sociedade capitalista, o lugar dos negros é bem limitado. Para a burguesia, negros servem apenas em duas ocasiões: como mão-de-obra barata e como enfeite de propagandas de empresas que surfam nas causas “identitárias” para lucrar em cima de uma luta secular por emancipação, fazendo com que a luta contra o racismo tenha um caráter totalmente pequeno burguês. Quando se fala em mercado de trabalho, os negros ocupam as posições mais baixas.
Mesmo negros sendo a maioria da população, 54%, ocupam apenas 5% dos cargos de chefias nas grandes empresas. Quando se fala em mulheres negras em cargos de chefia, o número chega até, no máximo, 1%. Inclusive, mulheres negras tem 50% mais chances de ficarem desempregadas em comparação com qualquer outro setor da sociedade.
A burguesia tentar incutir as ideias de senso comum de que a meritocracia é o caminho que negros devem seguir para alcançar o fim do racismo, que racismo é vitimismo, mas a opressão e exploração que negros sofrem são inerentes ao capitalismo, ou seja, esse modelo econômico exploratório se alimenta, se mantém vivo, perpetuando o racismo. Até 2006, anúncios de vagas de emprego poderiam utilizar o termo “boa aparência” e, para 76% da população, boa aparência significa ter pele clara e cabelo liso.
Tudo isso é fruto de um racismo, institucionalizado em todas as instâncias do Estado burguês, que marginaliza negros desde a escravidão. A questão da igualdade racial nunca terá avanço numa sociedade que vem avançando para uma ditadura fascista, como é o caso do Brasil e o governo dos golpistas bolsonaristas, abertamente racistas. A população trabalhadora precisa lutar no sentindo de derrubar os golpistas e os dar espaço a essa população tão marginalizada e constantemente reprimida pelo principal aparato de repressão do Estado, a polícia, que considera criminoso todo negro e pobre.