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Fora direita

Rachas nos estados, alerta para a esquerda que quer vice burguês

Os 230 atos de rua pelo país, que levaram milhares de pessoas às ruas, mostram inverso do que setores direitistas da esquerda querem com alianças espúrias com a direita

Apesar de Dilma Rousseff ter sido vítima do primeiro golpe de Estado contra uma mulher no país, nos primeiros passos dos golpistas com vista a liquidar o país a favor dos grandes capitalistas internacionais e nacionais, o PT nas eleições de 2018 se aliou em 15 Estados a partidos que apoiaram o golpe e o impeachment da presidente cassada em 2016 e integraram o governo Michel Temer. Naquela ocasião se mostrava toda a influência do setor mais direitista do partido nas decisões eleitorais, que sacaram Lula da possibilidade de concorrer no pleito, mesmo sub judice, colocando um representante da ala direita do PT, Fernando Haddad.

Quatro candidatos do PT aos governos estaduais se elegeram. O PT teve Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Wellington Dias (Piauí) e Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte).

Alguns exemplos que mostram a política destrutiva de alianças com a direita

No Ceará, com a chapa Camilo Santana e Isolda Cela do PDT, o PT cedeu espaço a um de seus grandes inimigos políticos, o abutre direitista Ciro Gomes, tanto com o governador da ala direita que é mais pedetista do que petista quanto com a inserção da vice pedetista.

Neste momento mirando um palanque para Ciro em seu próprio estado, o PDT se planeja para ter candidatura própria ao Executivo estadual. A lista de nomes sondados inclui o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, a própria Izolda e até o senador direitista Cid Gomes, irmão de Ciro.

Na Bahia o governador Rui Costa (PT) tem como seu vice ninguém menos que João Leão do Partido Progressista, um dos partidos mais ferozes no golpe de Estado que empossou Jair Bolsonaro. Agora com o início da corrida eleitoral, o vice João Leão (PP) é incentivado por aliados a articular uma candidatura ao governo ou se lançar ao Senado na chapa do ex-prefeito de Salvador, o fascista ACM Neto (DEM), opositor do PT.

Nas eleições estaduais de 2018, a governadora Fátima Bezerra do PT candidatou-se ao governo do Rio Grande do Norte pela coligação composta pelo PT, PC do B e PHS, tendo como seu vice o advogado Antenor Roberto do PC do B. Fátima foi um dos burocratas do PT que mais lutaram (daquele jeito…) contra o golpe imposto a Dilma e a perseguição a Luiz Inácio Lula da Silva. Acabou não se aliando aos principais partidos da direita, apesar do pequeno e fisiológico PHS.

No Maranhão, outro abutre, o direitista governador Flávio Dino (PCdoB) teve como seu vice Carlos Brandão (PSDB), mas por ocasião das eleições de 2018, já não havia nada a se estranhar desta chapa do PC do B com o PSDB, pois já nas eleições presidenciais de 2014, Flávio Dino saiu na chapa com o PSDB, onde ficou famoso o seu apoio ao presidenciável golpista Aécio Neves, saindo abertamente no palanque eleitoral do golpista tucano, que logo após a vitória de Dilma Rousseff, já anunciava que não aceitaria o resultado e ali já se colocava como o primeiro a encabeçar a intenção do golpe de Estado no país.

No Amapá, mostrando o que de fato é o PDT, ou seja, um dos partidos da direita que como camaleão procura se apresentar como de esquerda, o governador Waldez Góes (PDT) tende a definir uma candidatura à sucessão em acordo com o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), de quem é aliado. Alcolumbre tentará renovar o próprio mandato, que se encerra em 2022, e espera receber o apoio de Bolsonaro.

Outro partido de direita, o PSB, como se mostrou mais uma vez no último final de semana, quando o governador de Pernambuco Paulo Câmara mandou a Polícia Militar reprimir os manifestantes que saíram às ruas para exigir a saída de Bolsonaro por conta de sua política de fome e genocídio, inclusive com ataques à vereadora do PT, que foi atacada com gás pimenta pela tropa fascista e o tiro que cegou um manifestante. Agora, vendo novamente o poderio da candidatura Lula, o PSB que com a retomada dos direitos políticos do ex-presidente procura se reaproximar do Partido dos Trabalhadores, e acelerou tratativas entre as duas legendas para possíveis alianças nos estados, sobretudo no Nordeste. Nas últimas semanas, PT e PSB selaram parcerias políticas no Piauí, na Paraíba e no Amapá e iniciaram um movimento de reaproximação em Pernambuco, Sergipe e no Espírito Santo.

Não às alianças com a direita, caminho para a derrota

A grande virada no tabuleiro político do país com as grandes manifestações de rua, que levaram perto de um milhão de pessoas às ruas, nos mais de 230 atos realizados, mostram o inverso do que alguns setores direitistas da esquerda querem com futuras alianças espúrias com a direita.

Mas estes setores direitistas por variados interesses, causados pelo fisiologismo dos partidos e pelas alianças eleitorais espúrias, têm de ser combatidos. O apoio demonstrado nas ruas no sábado (29) para a derrubada de Jair Bolsonaro e à candidatura de Lula mostram a evolução na consciência política das massas.

Isso dá a diretriz que a  esquerda não pode fazer esse tipo de alianças, tanto o caso dos estados, como o próprio histórico da esquerda com Temer como vice de Dilma mostram que não se pode colocar um vice que seja de direita e não tenha comprometimento nenhum (porque não tem ligações) com a classe operária e com a esquerda. Por isso não se pode de jeito nenhum abrir brecha para Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Luiza Trajano entre outros, como vice, como uma parte da esquerda quer. Neste momento da luta no país, os vices têm de ser controlados pela população, um vice ligado às organizações de massa, seja a presidente, seja nos estados.

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