O PSL era um partido praticamente inexistente até o ano passado, quando acabou sendo a legenda em que foi possível lançar a candidatura presidencial do golpista Jair Bolsonaro. No embalo da eleição fraudulenta de Bolsonaro, ocorrida entre fraudes e perseguição ao PT, o PSL acabou elegendo uma grande bancada na Câmara (54 deputados), além de quatro senadores, 76 deputados estaduais e três governadores. No entanto, apesar desses números, o partido é completamente artificial, não tem nenhuma consistência e, diante da crise da direita golpista, está completamente rachado.
A divisão interna do PSL é uma expressão dessa crise. Segundo a imprensa burguesa, há brigas internas no PSL em muitos estados. As mais notórias são amplamente conhecidas do público e aconteceram em parte publicamente. É o caso das deputados federais por São Paulo Joice Hasselmann e Carla Zambeli, que ficaram se xingando pela Internet. Ainda em São Paulo, o deputado federal Alexandre Frota pediu a saída de Eduardo Bolsonaro do comando do PSL no estado.
No Rio Grande do Sul, a presidência do partido foi trocada duas vezes. Primeiro, Carmen Flores, empresária ligada ao ministro Onyx Lorenzoni, foi substituída pelo tenente-coronel Zucco, ligado ao vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB). Um episódio que refletiu no estado uma disputa interna da direita golpista dentro do governo federal. Depois disso, Zucco também deixou o comando do partido, depois de entrar com uma representação contra Bibo Nunes e não ter obtido resposta do partido nacional. Bibo Nunes teve áudios vazados xingando Zucco, e ficou contra a entrada do PSL no governo de Eduardo Leite (PSDB) no RS.
Em Minas Gerais a legenda também teve problemas. A deputada federal Alê Silva acusou Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, de ameaçá-la de morte e de ter um esquema de candidaturas laranjas. Na Paraíba, o comando do partido pelo deputado federal Julian Lemos também é contestado.
Crise
Essa situação de divisão interna do PSL expressa a crise política da direita golpista. Desde o golpe de 2016, a direita não consegue estabilizar a situação política. A eleição de 2018, fraudada completamente, era uma manobra para tentar superar essa crise. No entanto, a crise do governo Bolsonaro já está muito perto de chegar ao patamar de instabilidade a que chegou o governo do golpista Michel Temer.
É uma oportunidade para os trabalhadores partirem para cima do governo golpista e derrotarem a direita. Derrotando assim de uma vez todos os ataques preparados contra os trabalhadores, como os cortes nos gastos públicos e a reforma da Previdência. É hora de levar às ruas um programa claro. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais!