Ao apoiar o golpe, a elite financeira supôs que a abertura para os capitais externos, principalmente norte americanos, iria resgatar a economia através de uma nova onda neoliberal de investimentos. Acontece que hoje em dia a crise do neoliberalismo é mundial, o que se refletiu na eleição para presidente dos Estados Unidos, onde se elegeu um candidato que pregava o protecionismo para defender o emprego e a renda em seu país.
Contrariando o prognóstico golpista, desde a deposição de Dilma até nossos dias, a situação econômica do Brasil só tem piorado, malgrado todo esforço de maquiagem dos índices pelo governo e pela mídia. Nesse momento, em que o navio está afundando após o iceberg do golpe, a burguesia querendo apenas “salvar o dela” independente do que possa acontecer no país. “O Brasil que se exploda”, pensa. “Terra de índio”, vitupera.
Um dos principais fatores que comprovam o oportunismo traíra da burguesia na “era Temer” é a alta progressiva do dólar, que nesta quarta-feira (2) chegou a superar o patamar de R$ 3,55 pela manhã, num dia de expectativa do desfecho da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que decide acerca do fluxo de recursos global.
Às 14h05, a moeda dos EUA subia 1,15%, a R$ 3,5430 na venda. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,70. O dólar fechou na última segunda-feira cotado a R$ 3,5026, no maior patamar de fechamento desde 3 de junho de 2016 (R$ 3,5244). Em abril, a divisa acumulou avanço de 6,03%, maior alta mensal desde novembro de 2016 (avanço de 6,18%), mês marcado pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
A expectativa do mercado é de que o Fed deverá manter a taxa de juros, que flutua hoje entre 1,5% e 1,75%, mas deve encorajar as expectativas de que elevará os custos de empréstimos em junho devido à aceleração da inflação e ao desemprego baixo, destaca a Reuters.
O aumento dos juros nos Estados Unidos tende logicamente a atrair recursos aplicados em outras economias, sobretudo dos países emergentes, o que significa desacelerar seu ritmo de crescimento, ao contrário do que esperavam os golpistas no caso brasileiro. E agora, na hora em que o Brasil se acha mergulhado na crise econômica, política e social por eles promovida, são como os ratos os primeiros a abandonar o navio.