A partir de ontem, os ônibus voltaram a circular na cidade de Manaus, no Estado do Amazonas. Após uma greve de sete dias, os rodoviários tiveram de colocar 100% da frota nas ruas. Embora a imprensa burguesa tenha dito que a greve chegou ao fim com um acordo entre “patrões, cobradores e motoristas”, o fato é que a greve só teve fim porque o direito à greve foi negado aos rodoviários amazonenses.
A desembargadora Eleonora de Souza Saunier, do Tribunal Regional do Trabalho, da Região 11 (TRT-11) havia determinado que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Urbano Coletivo de Manaus e no Amazonas (STTRM) deveria pagar uma multa de R$ 200 mil por cada hora de greve. Como se não fosse suficientemente absurda a multa imposta aos rodoviários, a desembargadora ainda bloqueou R$ 90 mil do sindicato, alegando que o sindicato “deliberadamente descumpre ordem judicial, cabível a apuração criminal pelas autoridades competentes”.
A derrota dos condutores no Amazonas, imposta sob forte pressão da direita, mostra como os direitos políticos do movimento operário estão sendo esmagados pelos donos do golpe. A greve dos petroleiros, que teria condições de elevar a greve dos caminhoneiros para outro patamar, também foi atacada com uma multa absurda – uma multa que chegou a R$ 2 milhões por dia.
As multas absurdas impostas pela direita colocam claramente a necessidade de que os trabalhadores se mobilize para enfrentar os golpistas. Por isso, é preciso que os trabalhadores permaneçam em mobilização permanente contra o golpe, fortalecendo os comitês de luta em todo o país e construindo a Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe.