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Continuação da crise de 2008

Quem vai pagar a conta da pandemia?

Endividamento estatal mundial supera, pela primeira vez, os níveis alcançados na Segunda Guerra Mundial

Governos do mundo inteiro fecharam o ano de 2020 com dívidas enormes para pagar. Um levantamento norte-americano citado pela reportagem do reacionaríssimo O Estado de S. Paulo aponta que, em alguns países, a dívida bruta pública ultrapassava a marca de 100% do Produto Interno Bruto (PIB).

É o caso dos Estados Unidos, cuja dívida chegou a 100,79% do PIB pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial. O aumento, como nota o reacionário jornal, é produto dos “gigantescos pacotes de ajuda aprovados como tentativa de minimizar o impacto da pandemia”. Pudera! Não fosse assim, os países teriam dinheiro em caixa para gastar com o essencial: a vida da população. Mas um orçamento estatal não funciona desse modo…

O comprometimento do PIB com a dívida bruta nos países imperialistas foi 108,08% no Reino Unido a 269,62% no Japão. Na União Europeia, Grécia (233,28%), Itália (162,30%) e França (116,35%) se destacam. Na América Latina, as dívidas de Brasil e Argentina alcançaram 91% e 73,9% respectivamente.

O crescimento negativo do PIB previsto para quase todos os países do mundo em 2020 também dá péssimo alento. O Brasil encolherá 6,02%; EUA, -3,70%; França, -9,11%; Reino Unido, -11,25%.

A pandemia ainda não acabou. Pelo contrário, continua a se desenvolver e está, talvez, em seu pior momento. O que virá depois, se os próprios efeitos econômicos causados diretamente pela pandemia com falências, desemprego, recessão e inflação combinados, preocupam os donos do mundo.

A reportagem d’O Estado dá a conhecer a opinião do professor convidado da London School of Economics, Tristen Naylor, especialista em relações internacionais: “Está todo mundo quebrado agora, até mesmo o G-7. Ou melhor: especialmente, o G-7”, isto é, o grupo dos sete países mais industrializados do planeta (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

Citada pelo jornal, a economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, “previu” o óbvio: o quadro atual é o prelúdio de uma crise financeira global. “O cenário em que nos encontramos não é sustentável”, disse. Noventa por cento dos países imperialistas estão muito mais endividados agora do que na crise de 2008.

Os recursos do Estado são um bem comum da burguesia. Além da manutenção da própria máquina estatal, são distribuídos, usualmente, segundo suas necessidades, a empresas à beira da falência, obras públicas e, principalmente, fundamentalmente, especialmente, aos bancos. Se os governos ao redor do mundo devem, devem de uma maneira ou de outra aos banqueiros.

Mas, de onde vêm? A principal fonte são os impostos e, a maior parte destes, vem da classe trabalhadora, são os impostos diretos e indiretos, sobre a circulação e o consumo de mercadorias e produtos industrializados, e sobre a renda do trabalhador. Bancos e empresas, banqueiros e empresários, também pagam. Mas estes dão para receber em dobro.

Assim, por exemplo, o desfecho apresentado para a crise de 2008 foi o resgate de empresas e bancos gigantescos pelo Estado, a promoção de uma reacomodação das maiores potências econômicas do planeta. A “crise da pandemia” não é uma nova crise. É a continuação da crise “superada” de 2008.

As alternativas para a “crise da pandemia” ainda estão sendo elaboradas. Não é uma crise nova. É a continuação da crise de 2008 que não encontrou solução, apenas uma atenuação de seus efeitos no curto prazo. Apenas conseguiram ganhar tempo. Agora, o grupo das 20 economias mais ricas do mundo, decidiu suspender, até junho deste ano, a cobrança do serviço das dívidas dos países-membros. É uma solução negociada entre EUA, União Europeia e China para evitar uma quebradeira geral. É mais um paliativo. Apenas adiaram a quebra, dando “corda para enforcado”.

Depois da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, o imperialismo não teve alternativa senão “estatizar” empresas como a gigante do ramo de seguros, AIG, e a General Motors, dando-lhes sobrevida com um adiantamento de 700 bilhões de dólares, “vendendo” (devolvendo) sua parcela do controle das firmas aos capitalistas poucos anos depois. O mesmo fizeram com países como Portugal, Espanha e Grécia, por meio dos empréstimos da União Europeia e do FMI. Diferentemente das empresas, no entanto, os países ainda não foram devolvidos aos legítimos donos.

Não será espanto se os governos que “resgataram” a população com os auxílios emergenciais de 2020 venham cobrá-los como se fossem empréstimos bancários neste e nos próximos anos. A esta altura, a única saída conhecida pela burguesia mundial para uma crise como a que vivemos é a liquidação das forças produtivas. Em outras palavras, fazer como em 2008, permitindo que a crise consuma, como fogo descontrolado, empregos, indústrias e países inteiros.

Querem fazer com que o povo pobre pague pela crise. O único caminho para impedir a catástrofe que sobrevirá à crise é antecipar-se à “expropriação” dos bancos pelos banqueiros, das empresas pelos empresários. É preciso impedir que façam com que o trabalhador e o povo pobre e oprimido pague pela falência do Estado dos opressores. É preciso fazer com que os donos da crise, os donos do mundo, paguem pela crise.

Para isso, é preciso organizar a classe trabalhador para resistir aos ataques que fazem parte desse plano (no Brasil, as privatizações, as demissões, o ataque aos direitos dos trabalhadores e à economia nacional) e para enfrentar os que os estão colocando em prática. É preciso, nessa luta, construir o partido revolucionário da classe trabalhadora, do qual o Partido da Causa Operária é o núcleo fundamental, cujo objetivo fundamental é lutar para colocar abaixo o regime de opressão e escravidão, realizar uma revolução, colocar de pé um governo dos trabalhadores da cidade e do campo e abrir o caminho para a luta pelo socialismo.

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