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Ribeiro e Baleia Rossi

Quem são os possíveis candidatos de Maia a presidente da Câmara?

Enquanto a burguesia segue sua manobra para liquidar a esquerda politicamente no parlamento, quem são os possíveis candidatos para os quais Maia procura obter o apoio da esquerda?

Nesta segunda (14/12), o presidente golpista da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), ficou de anunciar o seu candidato à presidência da Câmara Federal dos Deputados. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os favoritos a representar o bloco da direita golpista, que tem 6 agremiações (DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania, PV) e enfrentará Arthur Lira (PP-AL), do “centrão”, o candidato do presidente ilegítimo Bolsonaro.

No entanto, até o fechamento desta edição, nenhum anúncio foi feito por Maia, a não ser o de que precisaria consultar partidos de oposição, como o PT e o PCdoB, antes de anunciar o nome do candidato do bloco fundamental da direita golpista. A postura de Maia expressa precisamente a campanha que a imprensa burguesa tem feito, colocando a esquerda como “fiel da balança” das eleições para a presidência da Câmara, uma continuação da política de colocar a esquerda a reboque dos setores fundamentais da burguesia, que deram o golpe de Estado de 2016, derrubaram Dilma, condenaram, prenderam e cassaram Lula e elegeram o próprio Bolsonaro.

Mas, enquanto a burguesia segue sua manobra para liquidar a esquerda politicamente no parlamento, quem são os possíveis candidatos para os quais Maia procura obter o apoio da esquerda?

Aguinaldo Ribeiro (PP)

TRIBUNA DA INTERNET | Apesar das resistências, Rodrigo Maia quer emplacar Aguinaldo Ribeiro na presidência da Câmara

É deputado federal pelo Partido Progressistas (PP), foi eleito pela primeira vez em 2010 (mandato 2011-2015), reeleito em 2014 (mandato 2015-2019) e em 2018 (mandato 2019-2023). Licenciou-se do mandato de Deputado Federal em 2012 para assumir o cargo de Ministro de Estado das Cidades, a partir de 6 de fevereiro de 2012, durante o governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Reassumiu o mandato em 24 de março de 2014, quando o cerco se fechava contra o governo da presidenta Dilma Roussef.

Na Câmara, Ribeiro foi vice-líder do PP até agosto de 2011 e líder do Partido em 2011-2012 e 2016-2017. Além da sua posição no PP, possui uma estreita relação com os demais partidos da direita golpista, tendo sido vice-líder do Bloco PMDB, PP, PTB, PSC, PHS, PEN, entre setembro e outubro de 2015, período que compreendeu a articulação prévia ao golpe de Estado de 2016.

Assim galgou posições, indo de ministro do PT até se tornar líder do próprio governo golpista de Temer (PMDB). Ficou como líder do governo Temer até 2018 e se manteve líder do governo até janeiro de 2019, migrando para líder de maioria em março de 2019.

Atualmente é relator da Reforma Tributária na Câmara, projeto que possui grande interesse dos capitalistas, que querem tornar o sistema de impostos no País ainda mais regressivo, ou seja, oneroso para o povo e vantajoso para a burguesia.

Baleia Rossi (MDB)

MDB e Maia ensaiam alianças para 2020 - Política - Diário do Nordeste

É deputado pelo Partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB – antigo PMDB). Filho do político direitista Wagner Rossi (MDB) – ex-deputado e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante o governo do PT – fez carreira política com o apoio do pai, tendo em 1992, aos 20 anos, sido eleito vereador de Ribeirão Preto (SP). Foi reeleito mais duas vezes, em 1996 e 2000, também tendo sido Secretário Municipal de Esportes. Deixou a Câmara em 2002 para assumir o mandato de deputado estadual de São Paulo. Foi candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto em 2004, perdendo para o ex-deputado Welson Gasparini (PSDB). Como deputado estadual, foi líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2006. Foi reeleito em 2010 para seu terceiro mandato de deputado estadual e desde 2011 é o presidente do diretório estadual do PMDB em São Paulo.

Em 2014 foi eleito deputado federal (mandato 2015-2018), tendo sido reeleito em 2018 (mandato 2019-2022). Carreirista profissional e de família, tornou-se líder da bancada do PMDB em 2016 e presidente nacional do MDB em 2019.

Impeachment de Dilma

Durante o processo fraudulento do impeachment na Câmara Federal, Aguinaldo Ribeiro (PP) e Baleia Rossi (MDB) votaram a favor do afastamento da petista, que resultaria em sua derrubada e na vitória do golpe de Estado de 2016.

Em seu discurso, Ribeiro disse que todas as forças teriam de ter responsabilidade com o futuro do País e jogou a responsabilidade na maioria dos deputados do PP, que decidiram apoiar o golpe, para justificar seu voto a favor da derrubada de Dilma.

“Hoje não é um dia de homenagem, não é um dia de celebração [possivelmente se referindo a Bolsonaro, que homenageou o torturador Brilhante Ustra]. É um dia de lamento. Nós todos temos que ter a responsabilidade, todas as forças políticas que aqui estão, de a partir de amanhã, termos quer ter a responsabilidade com o futuro do nosso país. Eu respeitei democraticamente, como líder do meu partido, a maioria absoluta que fechou questão. Eu sou líder de maioria, não sou líder da minoria. Por isso sigo meu partido pela admissibilidade deste processo.”

Ribeiro procurou se colocar como um “golpista democrático”. Como quem diz “não apoio homenagem ao torturador de Dilma, mas sou a favor de me juntar quem apoia seus torturadores [como Bolsonaro], para derrubá-la.” Um absurdo total!

Já Baleia Rossi, foi numa linha parecida:

“Hoje é o dia de devolvermos a esperança ao povo brasileiro. Em respeito à Constituição Federal e aos mais de 208 mil eleitores… por São Paulo e pelo Brasil, voto sim! Que Deus abençoe nosso País.” (Baleia Rossi, 17 de abril de 2016 em sessão especial do impeachment da presidenta Dilma)

Ou seja, era necessário derrubar Dilma e rasgar a Constituição de 88 para devolver a esperança ao povo e respeitar a Constituição e os eleitores? Ué, mas o que são os 208 mil eleitores de Baleia Rossi perto dos mais de 54 milhões de eleitores da presidenta Dilma Roussef (PT)?

O fato é que tanto Ribeiro, quanto Baleia Rossi se tornaram peças chave do governo golpista de Temer e consequentemente no enfraquecimento do PT e na fraude eleitoral de 2018 que levou ao governo Bolsonaro.

Desde então, ambos os candidatos apoiaram a PEC doTeto, de Temer, que congelou os investimento públicos (sobretudo em Saúde e Educação) por 20 anos! Bem como a Reforma Trabalhista, que destruiu um sem número de conquistas da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), regredindo o País para a 1ª metade do século XX no que diz respeito aos direitos trabalhistas. Os deputados golpistas também votaram a favor da Reforma da Previdência (talvez o maior roubo da história contra os trabalhadores brasileiros).

Logo, as diferenças entre o deputado do PP e o do MDB são até difíceis de perceber, dado que nas questões fundamentais destes últimos anos ambos adotaram a mesma postura golpista e reacionária, votando sempre contra os trabalhadores e a população.

A ficha corrida de ambos, resumida (dado que há muitas mais votações em que eles se colocaram como carrascos da população) mostra que tratam-se dos representantes dos piores inimigos da população, que não devem ser apoiados pela esquerda de forma alguma, pois, não há candidato bolsonarista que seja pior do que os principais partidos do regime golpista!

Neste sentido, a diferença de Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi para Arthur Lira, é que o candidato de Bolsonaro, diferente dos de Maia, não tem o apoio dos setores principais da direita golpista e portanto, da burguesia. Neste momento, as candidaturas dos golpistas expressam uma crise interna no bloco golpista, em que tanto o candidato do bloco de Bolsonaro, quanto o do bloco de Maia, precisam do apoio da esquerda para vencerem. É precisamente desta questão que surge a campanha da burguesia para que a esquerda apoie, não qualquer um, mas sim o setor fundamental da direita golpista, expresso neste momento no sucessor de Maia. O adiamento do anúncio do candidato da direita golpista não é um acaso, mas a expressão desta política de anular a esquerda, transformando-a em apêndice da burguesia.

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