Contemplados pela – fraude eleitoral –, golpistas dão mostras de sólido envolvimento com os setores mais reacionários da política nacional. Hamilton Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL), viajou em avião de Serafim Meneghel para lançamento da candidatura a deputado federal de Paulinho Vilela (PSL), genro de Meneghel.
Conhecido como Tigrão, Serafim Meneghel desfruta do posto de “coronel de Bandeirantes”, no Norte Pioneiro Paranaense, desde a época em que era dono de um clube de futebol. Apesar de não ser um militar de fato, como seu amigo Hamilton Mourão, é reputado por resolver tudo com seu revólver de calibre 38 Schmith & Wesson. Seu poderio se deu através de fazendas e da usina canavieira pertencente à família abastada.
Para garantir a manutenção de seus interesses – implicados no domínio da agroindústria e do latifúndio canavieiro, Meneghel não vacilou em dar todo o suporte a seu genro Paulinho Vilela, fornecendo seu avião ao vice-presidente, que viajou durante a campanha, sem prestar as contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a Folha, Hamilton Mourão viajou de Brasília a Cascavel (PR), nos dias 12 e 13 de setembro; sendo que o transporte aéreo também não foi registrado nas contas de Jair Bolsonaro. Na tentativa de conseguir perdão das dívidas do Funrural, Paulinho Vilela vinha fazendo pressão em Brasília nos meses anteriores. Prova disto se deu através de uma foto com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), eleito governador de Goiás – um dos maiores defensores dos latifundiários, postada dois dias após ter batalhado pelo perdão das dívidas do Funrural quem em 2009 chegaram a acumular R$ 30 milhões.
Mesmo sabendo que havia perdido a eleição e contentando-se com o posto de suplente, Paulinho Vilela continuou fazendo campanha para Jair Bolsonaro, tirando fotos com o capitão e com Mourão em um avião. Ao publicar as imagens, Vilela escreveu: “Missão cumprida! Que Deus abençoe nosso Brasil.” Vale lembrar que Paulinho Vilela já não preside mais a Usina Açúcar e Álcool Bandeirantes S.A. (Usiban), aberta em 1966, dois anos após o início da ditadura de 1964 – a quem a família sempre adornou e prestou serviços durante o regime colonizando a região e expandindo o latifúndio. Passando seu legado como presidente por 30 anos, agora o latifúndio e a agroindústria encontram-se no nome de um dos irmãos de Serafim, Daniel Meneghel.
Os crimes e malfeitorias da família Meneghel se estendem por todos os lados. Diacomo Gamaliel Meneghel é um dos ex-diretores do time de futebol União Bandeirante ao lado de Serafim – um dos réus em processo relacionado a uma desapropriação feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná. Já um dos filhos de Gamaliel Meneghel, Alessandro, foi acusado em 2007, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), de ser um dos mandantes do assassinato do camponês Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, em ataque com seguranças da multinacional suíça Syngenta, em Cascavel.
Contando com a benevolência do judiciário golpista, Meneghel que tinha uma fazenda de 5 mil hectares na região e presidia o Sindicato Rural de Cascavel, não teve problemas com a justiça e a acusação do MST não deu em nada. No entanto, em 2017, Alessandro foi condenado a 37 anos de prisão pelo assassinato do policial federal Alexandre Drummond, em 2012.
Os Meneghel são apenas um exemplo de como Bolsonaro conta com o apoio das figuras mais ignóbeis do país, como os latifundiários que defendem seus interesses às custas da fome, miséria e morte de milhares de pessoas. São esses figurões que apoiam o governo – fruto da fraude eleitoral.