Em setembro desse ano saiu uma entrevista do jornal capixaba Século Diário com o ex-cobrar de ônibus, Luiz Alves de Lima, preso em 2009 por uma falsa acusação de Magno Malta o acusando de pedofilia com a própria filha de dois anos. O ex-senador do Espírito Santo, que na época presidia a CPI da Pedofilia, usou-se do caso para se promover e se reeleger. Luiz Alves de Lima, mais um operário flagelado até a beira da morte para suprir ambições da burguesia brasileira, veio por meio da imprensa relatar os acontecimentos durante sua prisão injusta e as torturas que sofreu na mão da polícia e do ex-senador, agora cogitado por Bolsonaro para ser “ministro da família”.
O caso começou quando Luiz e sua esposa decidiram levar sua filha no hospital para tratar da doença que tinha na pele, a doença causava coceira na criança que acabava se machucando. As feridas levantaram suspeitas no hospital e geraram boatos que foram parar nos ouvidos de Magno, que levou adiante uma acusação para poder se promover, caluniando o ex-cobrador de ônibus dizendo que além de ter violentado a própria filha de dois anos tinha o computador repleto de pornografia infantil.
O casal foi levado até a delegacia onde dois delegados e o ex-senador forjaram um laudo falso e prenderam definitivamente Luiz por 10 meses no Centro de Detenção Provisória de Cariacica (CPDC).Durante todo seu encarceramento o operário sofreu diversas sessões de torturas comandadas por Magno Malta e os dois delegados. Choques nas partes íntimas, espancamentos, asfixia com sacolas plásticas, e teve um dente arrancado com um alicate, o resultado foi a perca da visão em um olho e a quase perda do outro.
A perícia na época não achou sequer rastro de pornografia ilegal no computador de Luiz, e com a ajuda de uma segunda médica consegui provar que o laudo médico sobre sua filhas estavam errados, e foi finalmente inocentado. Os rastros físicos e psicológicos deixados pelas sessões de tortura, perseguição pública, exposição da vida pessoal e calúnias em Luiz e sua família são inestimáveis.
Como de costume da burguesia a campanha de Jair Messias Bolsonaro pautou-se no moralismo hipócrita e no cinismo sem fim. Após uma eleição completamente fraudulenta os paladinos da moral e dos bons costumes formam uma chapa com o juiz inquisidor que prendeu seu adversário, um indicado por caixa dois que para ser absolvido bastou pedir desculpas, generais herdeiros da ditadura militar e um torturador. A política que promovem não tem nenhuma respaldo popular, é de perseguição e aniquilação da classe trabalhadora, vemos o que um trabalhador tem que passar para que um político desse tipo possa se promover: encarceramento e tortura. É um governo selvagem, escatológico cujos componentes não conhecem limites e muito menos têm pudor.
A população deve se organizar para não deixar esse governo assumir. Partir para o concreto é essencial: formar Comitês de Luta Contra o Golpe e Contra o Fascismo, comparecer a 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe e o fascismo e pressionar para que haja o Congresso do Povo esse ano. O fascismo se combate nas ruas, com greves, piquetes e com organizações dos trabalhadores. Os que trabalham não podem ficar a mercê dos capitalizam esse trabalho tal sanguessugas. As instituições: judiciário, executivo, legislativo e polícia, servem aos golpistas e não podemos esperar nada delas.