O DCE (Diretório Central de Estudantes) ‘Mova-se”, do Centro Universitário de Brasília (Ceub), assimilou a orientação política de volta às aulas, defendida pela burguesia e o imperialismo no mundo inteiro.
No Brasil, o retorno em Manaus causou uma explosão de casos de covid-19. Mesmo assim, observando o genocídio da juventude, dos pais e dos funcionários das escolas, os capitalistas tentam empurrar goela abaixo da comunidade acadêmica, neste caso, utilizando orgãos que tem como propósito defender os interesses dos alunos, como o DCE.
Mesmo com o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos Particulares de Ensino Superior do Distrito Federal (Sindepes-DF) tendo decidido em assembleia que o período de 2021 será coberto em formato remoto – o que já fora denunciado amplamente por este Diário ser uma forma de ensino totalmente precária. Ainda assim a decisão foi unânime entre as 20 entidades que compõem o sindicato, mostrando que pior que o ensino remoto, que já é muito ruim, só mesmo morrer entubado em uma cama, sem ar e aparelhos médicos.
De acordo com o diretor do sindicato, Thiago Gomes, o objetivo do adiamento da volta presencial é manter estudantes e colaboradores em segurança. “Nós temos um comitê de monitoramento da covid-19 que, constantemente, nos passa dados para embasar as decisões”, conta. “De acordo com o cenário de aumento de casos, nós optamos por continuar no modelo remoto para preservar as vidas dos nossos estudantes e de toda comunidade do DF. Essa foi a nossa maior motivação”, explica.
Nesse sentido, ou melhor dizendo, no sentido oposto, vai o DCE. Representante dos 210 mil alunos, segundo sua presidente: “Nós, como DCE, estamos vendo uma movimentação dos alunos pelo retorno presencial, por não se adaptarem ao modelo remoto, em sua maioria. Então, acreditamos que, no momento, as aulas devem voltar de forma híbrida e gradual”, afirma Luiza Rodrigues.
Na defesa pelo retorno ao modo ”híbrido”, o DCE capitula de forma vergonhosa à direita, com sua representante maior contando demagogias como: “Depois, quando houver a segurança necessária, as aulas voltam de forma efetiva, presencialmente”, diz. Não há nenhuma segurança, todos estão mais do que carecas de saber disso, é um problema econômico, do qual os gestores e representantes do movimento estudantil fingem ignorar.
É possível observar a despolitização do DCE em suas postagens pelo Facebook: não há absolutamente nenhum chamado pelo Fora Bolsonaro, pela vacinação em massa da população e o direito de quarentena a todos. O que há ali são dicas de livros, estágios e até mesmo uma receita de como formar uma ”horta vertical”. Enquanto o mundo desaba, com 230 mil mortos, no mínimo, sem contar as subnotificações, estes estudantes totalmente cooptados pela direita, alguns sem saber, fingem que a situação vai voltando ao normal aos poucos, mesmo que tudo que a situação irá piorar em 2021.
Finalmente, é preciso quebrar as correntes das direções estudantis pelegas, intensificando a luta nas ruas, por uma verdadeira suspensão do ano letivo. Que os estudantes decidam quando retornar, sem a chantagem do ensino remoto, que desde o início tratou-se de uma farsa, que excluiu ainda mais os alunos mais pobres, sem acesso à internet.