Na última sexta-feira (23), o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Ministério Público do trabalho (MPT) entre outros órgãos realizaram uma fiscalização em obra realizada pela prefeitura na cidade de Iporã, município do Paraná. A investigação foi solicitada através da Promotoria de Justiça do município e pela Procuradoria do trabalho de Umuarama.
No dia 20 de agosto ocorreu uma tragédia em um galpão em construção, obra que será utilizada como frigorífico, um abatedouro de aves, no local houve um acidente que deixou uma vítima fatal, o funcionário Adalto Alves Cardoso, 68 anos, e deixou o trabalhador Michael de Lima gravemente ferido.
Na fiscalização foram constatadas inúmeras irregulares na obra, como a presença de trabalhadores sem os equipamentos de proteção individual (EPI) e a contratação de empresas sem observância das normas trabalhistas, sanitárias e sem licitação.
O desrespeito à legislação trabalhista tanto pelos patrões, e com destaque os patrões de frigoríficos é o modus operandi no Brasil, não é à toa que este setor é de longe o que se registra o maior número de acidentes e doenças. No inicio do ano de 2019 o próprio Ministério Público do Trabalho (MPT) declarou que o ramo frigorífico está em primeiro lugar em acidentes e doenças do trabalho.
Não obstante esta revelação, essa situação desastrosa poderá aumentar e muito, à medida em que o governo ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro está retirando todas as normas de proteção, segurança e saúde do conjunto da classe operária e, com a também retirada, pela ministra da agricultura Tereza Cristina, latifundiária, golpista, das fiscalizações neste setor, bem como outros órgãos fiscalizadores do governo, deixando por conta e risco dos próprios patrões que, mesmo com a fiscalização atual procuram esconder por debaixo do tapete as inúmeras irregularidades existentes em suas fábricas, fazendo com que os números verdadeiros da imensa tragédia do setor seja escondida.
Uma política de terra arrasada para os trabalhadores, como pode-se ver, até na prefeitura da cidadezinha do Paraná, o município de Iporã herdou os métodos de escravidão dos operários e as consequências se refletem na morte de mais este operário, ou seja, mais um dos inúmeros casos pelo Brasil afora.