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Falência global

Queda histórica do PIB chinês é mais um indício da depressão mundial

Pela primeira vez em quase meio século a economia chinesa tem crescimento negativo

A economia da China caiu pela primeira vez em décadas neste primeiro trimestre de 2020 devido à crise econômica agravada pela pandemia do coronavírus.

O anúncio foi feito em 17/04 pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China. A queda foi de 6,8% no período de janeiro a março, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

É a primeira queda desde 1992, quando a China começou a divulgar dados trimestrais. A última vez em que a China experimentou um ano de queda na economia foi em 1976, ano do fim da Revolução Cultural e da morte de Mao Tsé-Tung. A grande diferença é que naquele tempo a China não tinha a mesma importância para economia global que tem nos dias de hoje.

No primeiro trimestre deste ano, a atividade industrial recuou 8,4% na China e as vendas caíram 19%.

Para este ano, os analistas mais otimistas avaliam que poderá haver um crescimento de 1% a 3%.

Essa notícia é extremamente importante, se considerarmos que a China tem tido nas últimas décadas uma taxa média de crescimento anual do PIB de 7%, como picos de 9 e 10%.

A importância da China na divisão do trabalho internacional nos dias de hoje é imensa. A China é a fábrica do mundo. Ela é a maior geradora da mais-valia mundial, e quando a fábrica de mais-valia entra em colapso, o capitalismo mundial entra em colapso.

No começo deste ano, o economista Nouriel Roubini – que ficou conhecido mundialmente por ter sido o economista burguês que previu com mais precisão o colapso de 2008 – deu uma entrevista à revista alemã “Der Spiegel”, falando das perspectivas da crise econômica deste ano. Em um dos trechos ele fala da China e seu efeito na economia global: “todo mundo acredita que será uma recessão em forma de V, mas as pessoas não sabem do que estão falando. Eles preferem acreditar em milagres. É uma conta simples: se a economia chinesa encolher 2% no primeiro trimestre, será necessário um crescimento de 8% nos três últimos trimestres para atingir a taxa de crescimento anual de 6%, que todos esperavam antes do vírus eclodir. Se o crescimento for de apenas 6% a partir do segundo trimestre, que é um cenário mais realista, veremos a economia chinesa crescendo apenas entre 2,5 e 4% durante o ano como um todo. Essa taxa significaria essencialmente uma recessão para a China e um choque para o mundo.”

Vejam que ele parte do pressuposto de uma queda de 2% no PIB chinês neste primeiro trimestre de 2020, mas essa queda já é – oficialmente, pelo menos – de 6,8%. Partindo de 2%, ele consegue chegar numa estimativa de crescimento anual entre 2,5% e 4%, e que ele classifica modestamente como um choque para o mundo. A previsão de crescimento mais otimista, conforme já dissemos, está entre 1% e 3%. O choque, então, deverá ser muito maior.

Para que a China consiga atingir esse crescimento mínimo seria necessário que a economia mundial aumentasse bastante a demanda por produtos chineses desde já, e a perspectiva não é essa, mas justamente o contrário, pois a maior parte dos grandes mercados consumidores dos produtos chineses nem atingiu o pico da pandemia da Covid-19 e deve demorar para recomeçar a solicitar produtos para as indústrias chinesas. O que tem acontecido nas últimas semanas é a diminuição dos pedidos de compras e o cancelamento dos já feitos.

Por outro lado, e como em 2008, talvez os chineses pudessem lançar mão de um novo pacote de gastos, mas assim como para as demais grandes economias do mundo (países imperialistas e os chamados emergentes), esse recurso hoje está limitado, já que as taxas de juros já estão muito baixas e as dívidas públicas altíssimas. A respeito disso, diz o “The New York Times” em matéria publicada em 17/04: “as opções de Pequim são limitadas. Até o momento, evitou o desenvolvimento de um enorme pacote de gastos, como fizeram líderes nos Estados Unidos e na Europa. Sua economia tornou-se grande e complexa demais para ser reiniciada facilmente como em 2008, quando revelou um plano para gastar mais de meio trilhão de dólares. Anos de empréstimos fáceis também deixaram governos locais e empresas estatais em dívida.”.

Ou seja, os aparelhos que tem mantido a economia capitalista viva na UTI desde 2008 não foram desligados até hoje…

O que realmente podemos afirmar com toda a certeza no dia de hoje é que as quatro décadas de crescimento ininterrupto da economia chinesa chegaram ao fim, e isso terá um efeito imenso na economia global.

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