De acordo com os dados apresentados no VII Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, evento que reuniu profissionais da área de saúde, economia e educação em São Paulo na quinta e sexta-feira (3 e 4), no Nordeste brasileiro, 28,4% das famílias com crianças de 0 a 6 anos vivem na extrema pobreza.
Deste total, a pesquisa apontou que a desigualdade é maior na população negra. Aproximadamente 49,4% das meninas negras ou pardas vivem em locais sem saneamento básico e enfrentam o problema da falta de moradia. Em relação à população branca, estes números caem para 32,2%. A ausência de proteção social atinge 16,2% de meninos negros e pardos.
Os dados mostram como a população negra se encontra sabotada pelo Estado burguês, que não tem interesse algum em promover a igualdade racial. Muito pelo contrário: desde o golpe de Estado de 2016, quando a burguesia aprofundou ainda mais seu controle sobre o regime político, os ataques às condições de vida aumentaram de maneira exponencial.
Ao mesmo tempo em que o governo Witzel está dizimando o povo negro no Rio de Janeiro por meio da Polícia Militar e da Polícia Civil, a política neoliberal está empurrando uma parcela gigantesca da população para a extrema pobreza e para o desemprego. Como os negros são um setor ainda mais explorado dentro da sociedade capitalista, são os mais atingidos pelos ataques da direita, que, nesta etapa de decadência do capitalismo, está buscando saquear todo o patrimônio dos povos para impedir que os bancos decretem falência.
Diante disso, é preciso que o movimento negro, em conjunto com os trabalhadores e a juventude, organizem um amplo movimento pelo “fora Bolsonaro e todos os golpistas”. É preciso derrubar imediatamente o regime político golpista, antes que Bolsonaro e a burguesia que o sustenta acabem com o país.