A Amazon é considerada a marca mais valiosa do mundo, um mega conglomerado que atua na área de e-commerce, computação em nuvem, streaming de vídeo e inteligência artificial. Seu proprietário, Jeff Bezos tornou-se recentemente o homem mais rico do mundo com uma fortuna estimada em US$ 150 bilhões. Apesar disso, o grupo não conseguiu proteger seus empregados na pandemia de covid-19 e anunciou nessa semana, números estarrecedores da doença em seu quadro de pessoal.
Segundo divulgou a sede da empresa em Seatle na última quinta feira (19/10), desde março foram contaminados 19.816 empregados ou cerca de 1,44% do seu quadro de pessoal. Os números foram apresentados como algo positivo, pois segundo os executivos estão abaixo da média nacional.
Os empregados da empresa no entanto, acusam-na de mentir sobre os dados reais, de omitir informações e exigem transparência na divulgação de dados relativos à pandemia. Recente a Bloomberg, empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro, divulgou documentos internos da Amazon que comprovam um surto de covid-19 em um de seus armazéns em Shakopee, na região de Minneapolis, nos Estados Unidos. Os documentos comprovam que a empresa tinha ciência da gravidade da situação mas não tomou providências para mitigar a crise, além de recusar-se a interditar o local.
Diante da repercussão negativa a Amazon anunciou a adoção de um esquema de testagens em massa e pretende realizar 50 mil testes diários em 650 de suas bases. As medidas anunciadas parecem não impressionar seus empregados, que se dizem deixados “no escuro” e que a segurança dos empregados não é a prioridade da empresa.
O caso da Amazon mostra que mesmo empresas bilionárias, consolidadas em seu ramo de atividade, não consideram em nenhuma hipótese, reduzir seus lucros estratosféricos, nem mesmo em nome da preservação da vida humana. O que nos leva a questionar, aonde pretende chegar Jeff Bezos? Quanto será o suficiente para o homem mais rico do mundo?
A ambição capitalista parece não ter limites, o nível de concentração de riqueza que a humanidade atingiu nesse começo de século é insustentável. Os bancos em todo o mundo continuam apresentando enormes lucros e pressionam os governantes pela retomada da atividade econômica em todo o mundo. Para isso, falsificam dados, omitem informações, mascaram o noticiário.
As mortes por covid-19 continuam altas em todo o mundo e mesmo com os anúncios de descoberta de vacinas, ainda não temos a imunização da população. Até que se alcance uma condição de segurança é preciso confrontar os capitalistas e exigir que a vida das pessoas seja a prioridade. A produção de riqueza para o acumulo individual não é natural e deve ser extinta, o que só será possível por meio de uma revolução popular.