A demora na suspensão das aulas nas escolas da rede estadual de São Paulo, a maior do país, foi decisiva para os professores que foram contaminados e morreram por causa do Covid-19.
O governador João Dória (PSDB) esperou uma semana para determinar a suspensão, o que ocorreu somente em 20 de maio. Enquanto os professores eram obrigados a trabalhar, a doença se espalhava vertiginosamente pela capital paulista e pela região da Grande São Paulo.
São Paulo é o epicentro da pandemia no Brasil. São 54.329 pessoas infectadas e 4.315 mortos até o dia 15 de maio. O que se verifica é que nenhuma medida tem sido tomada para proteger a população, absolutamente nada relativo a distribuição de equipamentos de proteção individual, ampliação dos leitos no sistema público de saúde, testagem massiva da população, proibição das demissões, soltura de presos nas penitenciárias, garantia da alimentação escolar e ampliação dos programas sociais, como o Bolsa Família.
Para o governador fascista, a vida dos professores da rede estadual é uma mercadoria barata e descartável. Os professores temporários categoria “O” e os eventuais são os mais afetados pela crise e pelo desemprego. Não há qualquer garantia de renda para estes professores, lançados na condição da mais absoluta insegurança.
As políticas neoliberais que vem assolando toda o povo brasileiro têm encontrado forte repúdio por parte da população, notadamente aquelas ligadas à educação pública. O ano de 2019 foi marcado por enormes e numerosas manifestações em rejeição a essas medidas.
No entanto, esses verdadeiros carniceiros e vendilhões do patrimônio público têm percebido que o momento de crise e pânico provocado pelo perigo de alastramento do coronavírus em meio à população seria ideal para forçar a implementação de seu projeto nefasto. A população está sendo praticamente obrigada a se manter presa em casa e impossibilitada de se manifestar.
Diante dessa situação é preciso que a CUT e a CNTE realize reuniões setoriais e atos para debater a situação dos trabalhadores em educação, pois muitos governadores estão baixando decretos para obrigar os professores voltarem as aulas.