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Sul de Londres ardeu em chamas

Reino Unido: 40 anos dos protestos de Brixton

No dia de hoje na história, o Diário Causa Operária relembra um dos episódios da história que marcam a política neoliberal de Margaret Thatcher

Um dos episódios históricos que marcaram a política repressiva do governo neoliberal de Margaret Thatcher, a “Operação Pântano 81”, iniciada em 10 de abril de 1981, reprimiu duramente e prendeu trabalhadores de Brixton , principalmente negros, sob pretexto de combate à criminalidade. No dia seguinte, há exatos 40 anos, milhares de pessoas foram as ruas e protagonizaram uma grande revolta que ficou conhecida por “Distúrbio de Brixton de 1981”.

A população de Brixton, majoritariamente afro-caribenha, estava mergulhada em problemas sociais e econômicos. As condições de moradia e de vida eram muito precárias. O desemprego também era alto e atingia mais de 55% da população. Assim, a criminalidade também escalou e atingiu números altíssimos. Em 1980, dos 30 mil registros de crimes do Bairro de Lambeth, somente o Distrito de Brixton foi responsável por 10 mil e por 49% dos todos os roubos e furtos violentos.

A Polícia de Londres não era bem vinda em Brixton e todos os acontecimentos ganhavam maiores proporções diante da grave realidade. Em 18 janeiro de 1981, um incêndio deixa vários jovens negros mortos, a população rejeita a tese de acidente e protesta. Em resposta, no dia 2 de março, “Dia de Ação do Povo Negro”, uma marcha de 25 mil pessoas ocorreu e os confrontos com a polícia eram esperados. A imprensa burguesa explorou policiais feridos objetivo de desqualificar as reivindicações da população.

Em 10 de abril, primeiro dia da “Operação Pântano 81”, foram abordados quase 1.000 “suspeitos”, os quais tiveram seus dados registrados nas bases da Polícia. Além da coação criminosa contra os habitantes da região, quase 100 pessoas terminaram presas durante o dia.

A operação recebeu esse nome em virtude da declaração racista da primeira-ministra, Margaret Thatcher, em 1978 de que o Reino unido “poderia estar bastante inundado por pessoas de uma cultura diferente”. Conduzida com base na “Lei dos suspeitos” outorgava poder à polícia para enquadrar qualquer um. A ação arbitrária contra os habitantes de Brixton teve respaldo na “Lei da Vagabundagem de 1824”, o regime da ditadura militar explorou a aplicação de uma lei análoga no Brasil.

No fim da tarde deste dia, um incidente faria irromper a revolta do povo contra os policiais. Um policial tinha sob sua guarda um jovem golpeado por uma faca, o que gerou grande tensão entre os moradores do bairro. É importante ter claro que a presença da polícia era indesejada, o braço armado do estado estava lá para reprimir a população, a polícia não tinha qualquer confiança das pessoas. A chegada do reforço solicitado pelo policial acirrou ainda mais os ânimos.

Na virada da noite, 11 de abril, cerca de 300 jovens mais decididos exigiram a retirada dos policiais de Brixton e atacaram com pedras e garrafas. O levante foi ganhando cada vez mais adeptos e a participação chegou a 5 mil pessoas. Para conter a população, o comando da Polícia Metropolitana de Londres enviou um contingente de 2.500 agentes.

A revolta foi cessada somente no dia seguinte, 12 de abril de 1981. Como resultado, 299 policiais foram feridos e quase 70 civis, 61 veículo privados e 56 viaturas da Polícia foram danificados ou destruídos, 28 prédios foram queimados e outros 117 danificados, a polícia prendeu 80 pessoas que participavam do levante.

Representantes do povo negro consideram a presença policial em Brixton semelhante a invasão por um exército de ocupação. Por outro lado, Margaret Thatcher rechaçou as questões raciais e das condições de vida como centrais nos acontecimentos, disse “o dinheiro não compra confiança e tampouco harmonia racial”. Outras revoltas aconteceram em Liverpool e outras cidade da Grã-Bretanha, além de Brixton em julho do mesmo ano e depois em 1985.

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