A burguesia está realizando uma campanha desesperada pela volta às aulas. O motivo é justamente o impacto econômico que manter as crianças dentro de casa gera na economia, o que prejudica os bancos.
Segundo informação da Organização Mundial do Comércio, o fato de as escolas permanecerem fechadas poderia fazer o PIB mundial cair 1,5%, queda que somente poderia ser sanada no final deste século. A justificativa apontada é a de que com a paralisação do ensino, a técnica necessária para o desenvolvimento da indústria ficaria defasada.
É difícil de acreditar que a justificativa para que o PIB caia tanto seja realmente essa, já que a educação no mundo, em geral, é muito pobre e pouco desenvolve as aptidões da população. O problema parece estar, na realidade, no fato de que as escolas movimentam uma grande quantidade de dinheiro, sejam elas públicas ou particulares.
As escolas particulares dependem em muito de financiamento para se manterem, o que faz com que por si só, o risco de falência para essas escolas já coloca os bancos em risco. Já as escolas públicas, do mesmo modo que as particulares, movimentam uma grande quantidade de dinheiro de forma indireta, já que os estudantes precisam comprar produtos escolares, uniformes, utilizar transporte público ou particular, gastar com alimentação e etc.
Somente no Brasil são cerca de 50 milhões de pessoas que estudam neste momento. Ou seja, são cerca de 50 milhões de pessoas que não estão movimentando o comércio como nos tempos normais, o que faz com que os bancos fiquem muito preocupados com a possível falência de vários setores da economia.
É assim que toda a imprensa pertencente à burguesia tenta amenizar os problemas da pandemia, apresentando uma queda mágica no número de mortes e de contaminados sem que ninguém tenha feito nada para acabar com a pandemia, enquanto a maioria dos países que reabriram a economia estão tendo de fechar novamente as portas.
Aquilo que a burguesia tenta vender como proteção para as escolas, como álcool em gel e máscaras, não resolverá a situação e colocará a todos em risco, pois as escolas tem uma capacidade muito grande de se transformar em vetor principal de propagação da doença.
É preciso que os estudantes, pais, professores e trabalhadores da educação lutem contra a reabertura das escolas, que nada mais são do que uma forma da burguesia reativar a economia enquanto a população dobra o número de mortos por conta da pandemia. É a população pagando com a vida para que a burguesia continue lucrando.