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Assalto aos cofres públicos

Quanto os capitalistas roubam da América Latina na pandemia?

Estudo do BID mostra o tamanho do gasto público para salvar a economia capitalista, enquanto o povo morre de fome e doença

Estudo divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra como os países da região têm gastado para “salvar” a economia capitalista em meio à pandemia do coronavírus.

Os dados apresentados mostram o tamanho dos pacotes destinados a empresas, bancos, mercado financeiro, em relação ao PIB de cada país, dividindo entre isenções fiscais e créditos especiais. Em média os governos gastaram cerca de 4,1% do PIB.

A cabeça dos números temos o Chile, com 15,1%, Perú com 11,1%, Colômbia e El Salvador com 8%. O Brasil é 5º nessa relação com 6,2% do PIB. Os economistas responsáveis pelo estudo – Emilio Pineda, Carola Pessino e Alejandro Rasteletti – ainda destacaram que “o tamanho destes pacotes, tendem a estar fortemente restringidos pelo cenário fiscal dos países”. O alerta expõe um dos aspectos do problema que, como é de conhecimento geral, os países da América latina estão sendo duramente afetados pela crise econômica internacional, a qual vem desde 2008.

Os números são altos para países que tem um histórico de problemas econômicos, desequilíbrios fiscais e tributários grandes. Os números chamam atenção também quando comparados aos países desenvolvidos, da ordem de 16,3% em média, chegando ao pico de 40% do PIB na Itália.

 

TABELA 2. Recursos públicos anunciados até 15 de abril para combater a pandemia (em% do PIB)

 

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que a crise econômica vem sendo descarregada pela burguesia internacional nos países de capitalismo atrasado, caso de todos os países do subcontinente, utilizando entre outros métodos, a pressão de órgãos oficiais que “regulam” a economia internacional e determinam políticas fiscais e econômicas que visam esfolar os trabalhadores e espoliar o patrimônio nacional. Segundo que essa política fiscal receitada pela burguesia, ao contrário do que eles pregam, destrói a economia do país e direciona uma parcela cada vez maior do orçamento público para os cofres da burguesia.

No Brasil, por exemplo, o governo Bolsonaro aprovou um pacote da ordem de 1,2 trilhões de reais somente para os bancos, em março, e cerca de 1,6 trilhões para empresas, divididos entre crédito especial e isenções fiscais.

As montas incríveis de recursos, entretanto, não se mostram suficientes ou eficazes para evitar a demissão em massa de trabalhadores. O número já chega a mais de 5 milhões de novos desempregados, mais de 7 milhões já tiveram redução de salários e benefícios, acrescentando ainda o aumento da exploração com mais trabalhadores em jornadas intermitentes, além dos milhões que estão no subemprego, que podem chegar ao incrível número de 50 milhões.

Ou seja, enquanto os governos gastam verdadeiros rios de dinheiro com a burguesia, tentando salvar a economia capitalista e sua atividade altamente parasitária, os trabalhadores não só são obrigados a trabalhar sem qualquer proteção enquanto o coronavírus se alastra livremente, como também tem seus já parcos salários sugados pela burguesia, por meio do Estado.

É, sem dúvidas, uma política criminosa destes Estados e que deve ser combatida o quanto antes pelos trabalhadores. Para isso é fundamental que as entidades responsáveis por organizar a luta dos trabalhadores, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos populares devem reabrir as suas sedes, retornar às unidades de trabalho e retomar as atividades já!

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