2020 foi um ano difícil. A pandemia do coronavírus, o aprofundamento de políticas neoliberais no país, a completa entrega do governo Bolsonaro aos mandos e desmandos do imperialismo e a total imobilidade da esquerda perante o panorama político nacional, entre outros vários fatores, tornaram 2020 um ano de lamentações, genocídio, desespero econômico e de nenhuma vitória para o povo operário brasileiro. Prova disso, entre uma série de outras razões, é o fato da inadimplência ter chegado ao assustador número de 66,3% dos consumidores do país.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nessa quarta-feira, dia 06 de janeiro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). De acordo com a pesquisa, houve um aumento de 0,3% de inadimplência das famílias brasileiras em relação ao mês de novembro, que havia fechado com o número de 66%.
Ainda na pesquisa divulgada ontem, o comparativo anual da PEIC assinalou o aumento de 0,7% percentual, além de ter registrado que 11,2% das famílias brasileiras não possuem condições de quitar suas dívidas e/ou contas em atraso. No ano passado, em dezembro, essa condição atingia 10% das famílias no país.
Segundo a CNC, a inadimplência ainda não é um fator digno de preocupação pois tal quesito apresentou a quarta queda consecutiva, fechando o mês de dezembro sendo um fardo para 25,2% das famílias brasileiras que apresentam dívidas e/ou contas em atraso.
Os números são esses. A realidade é essa. As famílias brasileiras estão endividadas, como em outros momentos também estiveram, porém, o cenário é ainda mais desolador do que em outros tempos, tendo em vista que o avanço das políticas neoliberais segue em ritmo acelerado, além do avanço do contágio da Covid-19 em meio a falta de perspectivas e auxílios reais para as populações economicamente mais vulneráveis. Isso sem mencionar a total aptidão do atual governo em agir em total desfavorecimento ao povo trabalhador brasileiro.
Por fim, a pesquisa da CNC demonstra além do total desprezo pela cruz das dívidas e por todos os entraves que tal situação ocasiona para as famílias brasileiras, observa-se também o resultado de toda uma política que objetiva a liquidação das condições de vida e o esmagamento do poder econômico do povo operário. Nada que fuja do roteiro de catástrofe social arquitetada pelo imperialismo com a anuência da burguesia nacional.