Paulo Guedes disse recentemente, na imprensa, que o judiciário ganha pouco, com o salário de 39.200 reais. E ao mesmo tempo em que leva ao congresso proposta de reforma administrativa que penaliza duramente os servidores do baixo escalão. A proposta prevê a economia de 300 bilhões de reais em 10 anos.
O projeto faz claramente distinção entre ‘cargos de Estado’ e os demais. Evidente que nesses cargos estão os altos escalões do judiciário, legislativo e o próprio executivo, e não serão atingidos pela reforma. E os cargos de técnicos e administrativos que irão perder salário, benefícios e estabilidade, está a grande maioria dos servidores.
Hoje o jornal Estadão economia traz a manchete que diz que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou novo penduricalho para juízes, na última sessão presidida por Dias Toffoli. O salário atual desses juízes é R$50,900 por mês.O que eles chamam de penduricalho e que foi aprovado, corresponde a terça parte do salário, que irão receber por atuar em mais de uma vara ou acumularem processo. Os demais servidores estão fora do alcance dessa mudança.
Era uma proposta da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e levada pelo Toffoli para ser votada na última sessão sob sua presidência no STF e no CNJ.
Relatam que pelos dados do próprio CNJ o custo de um magistrado está bem acima do teto de ganho do servidor que é de 39.200 reais e corresponde ao salário do ministro do STF. Os dados revelam que o custo de um juíz é de R$42,5 mil na justiça do trabalho, R$52 mil na justiça federal e R$75,4 mil no TST. E dos servidores está entre R$13 e R$24 mil.
Diz a matéria que a senadora Kátia Abreu do PP de Tocantins, que defende a reforma administrativa e está contra ultrapassar o teto dos gastos, diz que é um desrespeito principalmente com os 23% de desempregados no país.
Fica claro que a elite que manda no país quer é defender esses altos salários para seus pupilos, que são encarregados de manter a classe trabalhadora submissa às políticas de corte de salários e benefícios do povo. É como se fossem todos os “capitães do mato” e em troca de alguns privilégios, perseguem e chicoteiam seus pares para justificar as mordomias que recebem. Vendem a alma ao diabo para manter seus privilégios, sem se importar com os crimes que estão praticando.
Os salários que recebem estão bem longe da média nacional, que é de R$2.398 em 2020, segundo dados do IBGE. Considerando que metade da população está desempregada e os que ainda permanecem empregados tiveram o salário reduzido pela lei de emergência que protege os mais ricos e sacrifica os mais pobres.
Como os trabalhadores do setor privado já não tem mais quase nada para ser retirado, fazem a reforma administrativa do estado, retirando dos trabalhadores que ainda tinham alguma coisa, e condenam esses também ao martírio da fome e miséria, e de quebra a pandemia.
Nada disso tem como direcionar à retomada do crescimento da economia, o que de fato notamos é que a intenção é claramente retirar a já pouca renda dos trabalhadores e transferir para a elite imperialista e genocida.
Esse confronto de classes está condenando os trabalhadores ao gueto dos miseráveis e reservando um verdadeiro paraíso para a burguesia imperialista e genocida. Tomara que a classe trabalhadora acorde para a realidade e comece a se negar a aceitar essa política. O único caminho que mostra a força dos trabalhadores é uma quantidade gigantesca nas ruas e gritando suas palavras de ordem contra o sistema capitalista que está moribundo e à beira da cova.