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Metroviários de São Paulo

Quando o peleguismo se transforma em campanha inteligente

Artigo de portal "Vermelho" tenta justificar paralisia do sindicato de uma das categorias mais importantes do País

No dia 5 de junho, o articulista João Guilherme Vargas Netto, por meio do portal Vermelho, vinculado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), publicou um artigo de nome “Uma campanha inteligente”. O texto, conforme Vargas Netto não procura esconder em momento algum, apresenta uma defesa da política que vem sendo levada pelo Sindicato dos Metroviários da cidade de São Paulo.

No início de seu artigo, o articulista indica que o sindicato estaria dando combate aos ataques disparados contra a categoria durante a pandemia de coronavírus: “os metroviários de São Paulo, dirigidos pelo sindicato, têm dado sucessivas demonstrações de um encaminhamento firme e consequente em sua campanha reivindicatória”. Essa afirmação, no entanto, está muito longe da realidade, uma vez que os metroviários são uma das categorias mais afetadas pela doença e, ao mesmo tempo, uma das que se encontra com seu sindicato fechado.

O malabarismo que o autor do texto faz, no entanto, consiste em tentar apresentar o fato de que o sindicato fechou as portas como uma política correta, ousada, “inteligente”:

“O sindicato tem como poucos sabido trabalhar com as novas formas de comunicação social e pela internet, não só realizando reuniões e assembleias virtuais, como divulgando filmes, entrevistas de associados, mantendo sempre a linha direta com a categoria e a população; a comunicação do sindicato, que reflete as posições unitárias da diretoria, merece elogio”.

Ora, como o próprio Vargas Netto aponta, a atuação do sindicato não tem absolutamente nada de combativo. Evidentemente, não há problema algum em divulgar filmes e melhorar a comunicação entre a categoria e a sociedade de conjunto. No entanto, é preciso destacar que essas iniciativas citadas por Vargas Netto não surgem com o objetivo de impulsionar uma mobilização, mas sim para acabar com qualquer possibilidade de um choque entre os metroviários e os patrões.

Se a campanha virtual, por meio de filmes e assembleias remotas, é tida como uma campanha “inteligente”, somos obrigados a concluir que, para o articulista, os métodos tradicionais de luta dos trabalhadores seriam uma forma de campanha inócua — para não dizer “desinteligente”. O que Vargas Netto não consegue é comprovar por que os metroviários deveriam abandonar as greves, os piquetes, as paralisações e todos os métodos classistas para adotar a campanha “inteligente”.

Com, sem ou apesar da pandemia, a luta de classes permanece em voga. Ou, melhor dizendo, por causa da pandemia, ela se intensificará. Nesse sentido, qualquer promessa de que os trabalhadores irão conseguir suas reivindicações por meio de qualquer coisa que não seja o enfrentamento é o mais puro estelionato político. Uma charlatanice que contribui apenas para enterrar as tendências mais revolucionárias dos trabalhadores.

Dezenas de metroviários, apenas na cidade de São Paulo, já morreram de coronavírus. E isso, por sua vez, é resultado direto da política da direita, que, sem conhecer qualquer pressão real do sindicato, se sentiu à vontade para esmagar os trabalhadores. Há muito tempo que os metroviários tentam paralisar contra o genocídio promovido pela burguesia: é hora de elogiar menos os métodos “inteligentes” e deflagrar já a greve!

A paralisia do sindicato, que procura apresentar uma política reacionária como “inteligente”, vai muito além da confusão. Trata-se de um reflexo da política de “frente ampla”. Há não muito tempo, o próprio Vargas Netto publicou um artigo em que defendia a aliança da esquerda com Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia e outros bandidos políticos. Quem defende uma aliança com os inimigos do povo, se torna incapaz de defender a mobilização do povo, visto que isso é a última coisa que a direita quer. É preciso abandonar essa política de colaboração com a burguesia já e organizar os trabalhadores por conta própria para garantir a sua sobrevivência em meio à pandemia.

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