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Quando fake news e lugar de fala se encontram

A pérola negra da coroa francesa, a “filósofa” Djamila Ribeiro, veio mais uma vez a público demonstrar o caráter reacionário, direitista e profundamente antidemocrático de seu pensamento. Dessa vez seu alvo foram pessoas que defendem o fim do encarceramento em massa.

Andreza Delgado, militante do movimento negro que defende o abolicionismo penal, comentou em sua conta do twitter uma posição de Djamila sobre um aspecto da questão prisional. A polêmica surgiu do debate sobre encarceramento gerado a partir do caso da condenação do humorista Danlo Gentili. No tweet, Andreza escreve que Ribeiro havia publicado um texto que ataca a discussão das militantes anti-cárcere, chamando o debate de “coisa de branco”.

Residente de Paris, a “filósofa” negra acionou sua equipe de advogados negros, que enviou uma intimação extrajudicial para a militante negra Andreza, esta moradora do Capão Redondo, bairro periférico de São Paulo. O documento alega o uso de fake news por parte de Andreza, que prontamente publicou a intimação extra-judicial de Djamila em suas redes, denunciando o ataque que sofrera. A resposta que recebeu foi uma mensagem que termina com: “beijos de Paris”.

Para além do confuso debate sobre colorismo que Djamila tentou levantar para defender o direito de utilizar seu aparato jurídico de ébano para calar militantes de causas populares, o que fica explícito nesse caso é o lugar de fala que a “filósofa” ocupa atualmente. Para quem ainda não conhece o conceito antidemocrático de lugar de fala, trata-se de um mecanismo policialesco de supressão da liberdade de expressão, só que “do bem”, criado com o suposto interesse de dar prioridade às posições de pessoas negras em um debate.

Paris se tornou o lugar de Djamila desde que a moça foi à França receber um prêmio de “personalidade (liberal) do amanhã” das mãos do presidente francês Emmanuel Macron, um notório direitista, odiado pela população francesa por seus ataques à direitos sociais, inimigo mortal dos imigrantes árabes e africanos, e alto representante do capital financeiro internacional. Quem acompanha as redes de Djamila sabe que rolou até foto com o neocolonialista no encontro.

De debates em eventos neo-hippies da Mídia Ninja, a ascensão meteórica da “filósofa” ao Palácio dos Elísios passou por participações em programas de TV na Rede Globo, e por conferências em diversas universidades do primeiro mundo, conhecidos celeiros ideológicos do liberarismo. É nesse ambiente que Djamila fortaleceu uma imagem de figura pública incontestável, colocando a cor da sua pele como fator preponderante para nunca ser contraditada. Se convencionou que apontar as graves contradições na sua ideologia seria desrespeito ao tal lugar de fala e, em alguns casos, “racismo”. A própria Andreza, a militante vítima da intimação extra-judicial, foi considera racista por Djamila, que além de negra, se diz “retinta”, o que dentro das suas teses lhe confere um lugar de fala maior.

Este não é o primeiro caso de tentativa de censura por parte de Djamila, mas é o primeiro, até onde sabemos, onde ela utiliza o judiciário, uma ferramenta tradicional da burguesia, para ameaçar e tentar calar uma posição política. Sua nova posição social a encorajou a atuar de maneira mais contundente, e o caso fica mais grave ainda se considerarmos a acusação de “fake news”, conceito criado pela direita para controlar o debate público de idéias e a liberdade de pensamento. Um coquetel profundamente reacionário que demonstra o verdadeiro “lugar” de Djamila: a direita.

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