“Quanto menos governo melhor”, proclamam os neoliberais em todos os rincões. Estado é balofo, é desfuncional, é cabide de emprego. Se privatize tudo, pregam.
Eis que, com o advento de uma simples “gripezinha”, os poderosos privatistas desmoronam. O bilionário britânico Richard Branson, bate às portas do governo. Pede que autoridades de Londres, o socorram. Que o maltratado, obeso, ineficiente poder estatal, disponibilize as generosas tetas estatais, e salvem da bancarrota suas duas companhias aéreas, a Virgin Atlantic e a Virgin Austrália.
Dissimulado, o bilionário Branson, com uma fortuna de cerca de US$ 4,4 bilhões, faz o pedido de ajuda ao governo para suas companhias aéreas Virgin Atlantic e Virgin Australia, através de uma carta aberta endereçada aos funcionários da empresa em 20 de abril. O “impacto devastador da pandemia” do vírus corona, nos negócios de suas empresas, mas também nas comunidades, nas pessoas de todos os países, os lamentos do bilionário na carta.
“Poderia ser um empréstimo comercial. Não seria dinheiro de graça. A companhias aéreas pagarão”, implora na carta. Sugere que o empréstimo seja igual ao feito para a EasyJet. Empresa para a qual o governo recentemente emprestou £ 600 milhões de Liras, aproximadamente (US$ 748 milhões). Disfarça o bilionário, está fazendo “todo o possível” para manter as duas companhias aéreas em funcionamento, mas “precisará de apoio do governo”, finaliza.
O empresário lembra que EasyJet, empresa aérea, antes dele, recebera generoso empréstimo de emergência, de baixo custo, em 7 de abril. Recursos esses, do Fundo de emergência para coronavírus no Reino Unido.
O fundador do Virgin Group, que por sua vez, controla mais de 400 outras empresas em todo o mundo, faz questão de ressaltar que, em tempos de crise sem precedentes como a atual, muitas companhias aéreas ao redor do mundo precisam de apoio do governo. Sem a ajuda do poder público, “centenas de milhares de funcionários a mais perderão seus empregos”, enfatiza, em velada ameaça.
A idéia da mão invisível é uma farsa, o Estado sempre é usado para socorrer os grandes capitalistas. Aliás, o Estado é um instrumento dos capitalistas. Em tempos normais, os gordos lucros são dos capitalistas. Nos tempos de crise, é o estado chamado, a salvar os capitalistas da bancarrota.