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Ilusões

Qual é o verdadeiro “catalisador” das candidaturas do PSOL?

O PSOL se confunde com a propaganda da burguesia e acredita que suplantará o PT

O canto de sereia da imprensa capitalista tem enfeitiçado setores da esquerda pequeno-burguesa em relação a candidatura Boulos/Erundina, do PSOL, na cidade de São Paulo e em relação ao próprio PSOL. Creem como real uma fantasia criada pela burguesia. O apoio que a imprensa golpista, como a Folha de São Paulo, por exemplo, dá a essa candidatura, ao partido e os resultados das pesquisas fraudulentas aparece-lhes como um índice de uma viragem política à esquerda no país, ou seja, a ultrapassagem do PT pelo PSOL.

Valério Arcary, ex-PSTU, e atualmente no PSOL, expressou essa fantasia infundida pela burguesia, recorrendo, porém a uma espécie de revisionismo da história recente para dar uma fundamentação à esquerda para a tese. Em coluna no site da Esquerda Online, corrente que faz parte dentro do PSOL, intitulada: “Por que a candidatura Boulos/Erundina é um catalisador eleitoral?”, Arcary defende justamente que a candidatura Boulos e também outras candidaturas do PSOL que aparecem na frente das do Partido dos Trabalhadores, seriam o sintoma desta viragem.

E mais, a candidatura Boulos seria um catalisador deste processo, “um catalisador é algo que aumenta a velocidade de uma reação”. Qual o motivo desta viragem política e porque Boulos é um catalisador? Vejamos o que diz Arcary:

“É verdade que parece paradoxal, porque o fortalecimento de uma ala mais radical da esquerda só se demonstrou, historicamente, possível depois de uma onda de lutas e, afinal, viemos acumulando derrotas desde 2016. Mas, seria miopia prestar atenção somente ao desfecho dos processos. Que a onda de lutas de resistência tenha sido até agora derrotada, não anula que ela existiu, e foi muito importante”.

A onda de lutas que fala Arcary é, segundo ele, junho de 2013, a luta contra o golpe institucional, no seu entender, de 2016, a luta contra a eleição de Bolsonaro em 2018, que culminou com o #ELENÃO.

Segundo Valério, seriam as provas de fogo que a esquerda radical, ou seja, o PSOL, teria passado e com louvor, apesar das derrotas. Souberam colocar-se no momento certo contra o governo do PT, assim como souberam colocar-se junto com o PT contra o golpe, ou nos dizeres dele: “A esquerda socialista estava em um campo de oposição ao governo Dilma/Rousseff/Joaquim Levy. Mas, a iminência do golpe exigia que ela se colocasse ao lado do PT contra o golpe. A mudança brusca exigia lucidez e coragem”.

Resumindo a história, esse processo heroico de luta imaginária teria gabaritado o PSOL a exercer uma liderança na esquerda “radical”, e os erros do PT, que os distanciaram das bases, são os responsáveis por essa viragem política que expressa a candidatura de Boulos, uma liderança, segundo Arcary, inspiradora. Para Arcary, o homem que protagonizou um dos vídeos mais curiosos da política nacional ao informar-nos que não haveria golpe no Brasil, essa viragem é progressiva.

O problema porém que se trata de uma fantasia, um sonho. Nem existe viragem política alguma e caso existisse, não seria progressiva. Também, diferentemente do que ele afirma, a esquerda “radical” não passou na prova da história, ao contrário, falharam miseravelmente.

O Partido dos Trabalhadores continua a ser o maior partido de esquerda do país, a ala Lulista o principal polo que agrupa as forças anti-golpistas. A polarização política nacional nesse momento está justamente entre Lula e Bolsonaro. A posição de Arcary é uma tradução esquerdista da política da frente ampla, ou seja, dos partidos tradicionais da burguesia, que procuram diluir a polarização para que possam se apresentar como alternativa política. A diferença é que a burguesia tem meios para levar adiante um plano ambicioso e complexo que é eliminar a esquerda, que se agrupa em torno de Lula e o fascismo, para que possam reconquistar o poder, o PSOL não.

O PSol é um partido pequeno-burguês, pelo programa, pela metodologia, pela ideologia, pela mentalidade dominante, não possui uma base operária que o empurre para a esquerda e nem um programa revolucionário que o guie, nesse sentido é muito mais permeável da influência da burguesia do que o próprio PT, como vimos no período do golpe e agora nas eleições.

Do ponto de vista da luta contra o golpe, tudo que Arcary só uma coisa não é fantasiosa, Psol e Boulos tiveram mesmo um papel de destaque na esquerda durante o processo golpista, mas não na luta contra o golpe, mas na defesa do golpe contra o PT.

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