Recentemente, o ministro da economia Paulo Guedes, também conhecido como “tchutchuca dos banqueiros”, afirmou que, em breve, o governo entreguista de Jair Bolsonaro deverá anunciar planos para quatro grandes privatizações “em período de 30, 60 a 90 dias”.
Entre as estatais que poderão ser abocanhados pelos grandes capitalistas estão importantes empresas como Petrobras, Correios, Eletrobrás e Caixa Econômica Federal. Os argumentos (falaciosos) são basicamente os mesmos de sempre: uma suposta ineficiência dessas estatais, necessidade de cortar gastos frente ao cenário adverso causado pela pandemia da Covid-19, os “recursos” arrecadados nas privatizações “serão utilizados” para “investir” em áreas como saúde e educação e, bem ao gosto do moralismo da classe média, essas empresas deixariam de funcionar como “cabides de emprego”.
Na realidade, trata-se de mais um ataque ao povo brasileiro. Por vários motivos. O primeiro e mais óbvio é o grande número de trabalhadores que perderão seus empregos.
No entanto, essa política vai além: significa entregar o controle de setores estratégicos para os capitalistas estrangeiros. É uma política de traição nacional, verdadeiro crime de lesa-pátria, que coloca em risco a própria soberania nacional.
A Caixa Econômica está na mira do setor mais parasitário do capitalismo: os banqueiros.
A privatização dos Correios pode fazer com que muitos municípios deixem de contar com esse importante serviço, pois uma empresa privada, diferentemente de uma estatal, tem como principal objetivo o lucro, e não atuará em áreas não rentáveis.
Do mesmo modo, a Eletrobrás – que leva energia elétrica (em muitas ocasiões, subsidiada) aos mais longínquos municípios – em uma possível privatização, a empresa que arrematá-la não levará energia subsidiada para a população pobre.
Já a Petrobrás, desde que foi criada, na década de 50, tem sido alvo da cobiça imperialista. Nos anos 90, no governo Fernando Henrique, a estatal se transformou em empresa de capital aberto e deixou de monopolizar a indústria petroleira no Brasil; porém, o principal objetivo de FHC, entregá-la totalmente ao capital internacional, não foi concretizado.
Duas décadas depois, a Operação Lava Jato foi arquiteta para destruir a Petrobrás, pavimentando o caminho para sua privatização. Jair Bolsonaro quer terminar os trabalhos sujos iniciados por Fernando Henrique e Sérgio Moro. Afinal de contas, foi para colocar em prática essa política de terra-arrasada que ele foi escolhido pela burguesia.
Conforme a realidade nos mostra, enquanto para ter acesso privilegiado às riquezas de outras nações atrasadas – como Afeganistão e Iraque – o imperialismo teve que se amparar intelectualmente em teorias geopolíticas fajutas (como o chamado “choque de civilizações”, proposto por Samuel Huntington), construir complexas máquinas de propaganda midiática anti-islã e travar dispendiosas guerras; no Brasil, pelo contrário, não foi preciso um tiro sequer.
Para que as nossas riquezas naturais fossem entregues, bastou a imprensa golpista golpista convocar a classe média coxinha para dançar em torno do pato da Fiesp, retirar Lula do cenário político e eleger um governo fascista e capacho.