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Máquina de Matar

Punição não resolve, é preciso pedir a extinção da PM

A punição de policiais no histórico das chacinas executadas pela Polícia Militar revela que não mudou absolutamente nada. A única solução é acabar com a máquina de matar que é a PM

Após o massacre realizado pela Polícia Militar paulista na favela de Paraisópolis que resultou na morte de 9 adolescentes a esquerda está tomando a mesma posição da direita de exigir a “punição exemplar” dos PMs responsáveis.

Já discutimos anteriormente que a posição de “punição exemplar” é uma posição da direita e um método muito utilizado por Bolsonaro e a extrema direita neste último período. Com este artigo pretendemos mostrar que mesmo que haja investigações e punições dos agentes de repressão da PM, quase sempre não há punições e quando existe são brandas, e os verdadeiros mandantes, como governadores e comandantes nunca são sequer indiciados e a estrutura assassina da PM se mantém intacta.

Há centenas de chacinas realizadas pela Polícia Militar de todo o país e que apesar das “punições exemplares”, com anos de prisões e expulsões da corporação, as chacinas não cessaram minimamente.

 

 

Massacre do Carandirú

Um dos massacres mais conhecidos foi o do Carandiru. No dia 2 de outubro de 1992, a Polícia Militar (PM) para controlar uma rebelião no pavilhão 9 da Casa de Detenção, na Zona Norte de São Paulo. A ação virou um dos maiores massacres do país com o assassinato brutal pelos PMs de 111 pessoas que estavam presas.

Após a ação, 74 policiais militares chegaram a ser considerados culpados, em primeira instância, mas foram absolvidos e até o momento, apenas um dos policiais acusados está preso, mas por outro crime.

 

Massacre de Eldorado dos Carajás

Em 17 de abril de 1996, os trabalhadores do Movimento dos Sem Terra (MST) realizavam uma caminhada até a cidade de Belém reivindicando a desapropriação de um latifúndio, quando uma enorme operação policial com 150 PMs impediram a marcha de prosseguir.

Na ação, 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados e até os dias atuais somente dois policiais foram condenados e estão presos desde 2012.

 

Massacre de Corumbiara

No dia 9 de agosto de 1995, uma operação policial com 194 PMs no latifúndio Santa Elina de reintegração de posse resultou no assassinato brutal de 12 trabalhadores rurais, incluindo uma criança de 7 anos, no município de Corumbiara. Há relatos de feridos, torturados e presos. Foram 55 feridos e quase 300 trabalhadores presos.

Depois do massacre apenas três PMs foram presos e cumpriram pena de no máximo 19 anos. O absurdo é tão grande que dois trabalhadores rurais foram condenados a prisão.

 

Morro do Fallet-Fogueteiro (RJ) – fev.2019

Em fevereiro de 2019, PMs realizaram uma operação morro Fallet-Fogueteiro, Coroa e Prazeres e mataram 15 pessoas. PM afirma que todos reagiram com tiros, mas nenhum policial ou viatura foi alvejado ou ferido por balas. Testemunhas afirmam que as pessoas foram executadas mesmo quando estavam rendidas. Até o momento nenhum PM foi punido e a secretaria de segurança pública apoiou a operação policial.

 

Chacina de Vigário Geral (RJ)

No dia 30 de agosto de 1993, um grupo de mais de 50 PMs invadiu a favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio e assassinaram 21 moradores, todos sem antecedentes criminais. Entre as vítimas, oito eram de uma família de evangélicos e foram assassinados dentro de casa diante de cinco crianças.

 

Esses são alguns exemplos da atuação da máquina de assassinar e chacinar pessoas que é a Polícia Militar. Após o golpe até o ano de 2018, ocorreram 242 chacinas no Brasil, dados da pesquisa “Chacinas e Politização das Mortes no Brasil”, da Fundação Perseu Abramo relatam que em 21,1% dos casos há a participação de policiais. Apesar de seu um número extremamente alto, a participação da polícia militar tende a ser maior devido à ausência ou omissão de informações por parte dos órgãos oficiais.

Pedir punições exemplares não vão resolver nenhum problema, como vimos nestes poucos e muito conhecidos exemplos, pois quando há punições são de alguns PMs laranjas, e nenhum dos responsáveis ou mandantes, como governadores ou comandantes das Forças Policiais. O problema fundamental continua intacto, que a estrutura de repressão e de matar o povo que é a Polícia Militar.

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