A direção do Partido dos Trabalhadores (PT) declarou nessa segunda-feira, 5, que manterá a candidatura do ex-presidente Lula para a presidência da República. Gleisi Hoffmann, presidente do Partido, reafirmou o que de todos é sabido: “Lula é um preso político e isso vai ficar constando de uma manifestação formal do PT”.
A estratégia do PT é reconhecer que, com o ex-presidente Lula fora de campo, o processo eleitoral perdeu qualquer legitimidade que tinha – do pouco que tinha, por se tratar de um “jogo de cartas marcadas”. Assim, a candidatura de Lula, segundo Gleisi, será uma maneira de expressar protesto contra o golpe de Estado, que culminou na prisão do ex-presidente.
Obviamente, setores da esquerda pequeno-burguesa que pretendiam abocanhar o eleitorado de Lula não ficaram muito contentes. Nomes como Ciro Gomes (que apoiou a prisão de Lula), Manuela D’ávila e Guilherme Boulos buscaram construir-se em cima do espaço que Lula iria deixar.
A estratégia do PT em manter a candidatura do ex-presidente Lula, desagradando à esquerda pequeno-burguesa e à direita, é sem dúvida a mais acertada, não para depositar esperanças de que Lula concorrerá, mas para denunciar o processo golpista. Paralelo a isso, é preciso impulsionar e organizar a luta nas ruas pela liberdade do ex-presidente Lula.