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Polêmica com Chico Alencar

PT era bom mas foi corrompido?

o ex-deputado do PSOL defende as posições da direita do PT

O aniversário de 40 anos de fundação do PT provocou uma série de artigos e declarações sobre o papel do PT na política brasileira, e sobretudo quais as perspectivas para o futuro. Manifestaram-se desde a imprensa burguesa, como o jornal Folha de S. Paulo e o Estadão até dirigentes do PT e da esquerda em geral.

As declarações do ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da justiça Tarso Genro, foram as que mais provocaram controvérsias e chamaram atenção, pois expressaram de maneira cabal, a política da direita do PT de “ virada da página do golpe”, buscando reconfigurar o com o pretexto da “ autocrítica do PT”.

Além de conter uma série de equívocos sobre a história do PT , o artigo PT 40 anos – Os desafios do presente do ex- deputado do PSOL Chico Alencar representa no fundamental a defesa das posições de Tarso Genro, o que revela que as posições de Genro representam não somente a direita do PT, mas os interesses da burguesia, bem como da esquerda pequena burguesa.

Uma primeira questão que salta aos olhos no texto é o embelezamento das “origens do PT”, assim para Chico de Alencar “anticapitalista por definição, o PT propunha uma sociedade onde as relações sociais seriam de cooperação, onde o interesse público prevaleceria sobre os do mercado”.

Notem que PT seria “anticapitalista por definição”, apesar da permanência do mercado. Na verdade, em geral os supostos balanços sobre os 40 anos do PT dizem mais sobre quem faz os balanços do que sobre o próprio desenvolvimento do PT. A esquerda pequeno burguesa que participou da construção do PT ( uma parcela ainda no PT e boa parte no PSOL) elaboram um passado místico do PT, em que no inicio tudo era “encantamento” como afirma Chico Alencar para depois virar “ desencantamento” e “ colaboração de classes”, uma vez que “O crescimento da inserção do PT na institucionalidade trouxe contradições.”

Nos balanços do PT realizados pela burguesia golpista não faltam o tema da conversão dos dirigentes petistas nos “ maiores corruptos da história do país”. como não poderia se furtar, o representante “ético” do PSOL reproduz essa mesma campanha tipicamente udenista. Entretanto como não pegaria bem usar os insultos bolsonaristas, chico Alencar espertamente utiliza-se das declarações de expoentes do próprio PT como argumento definitivo “Houve uma espécie de “corrupção programática”. O ex-ministro e ex-governador da Bahia, atual senador Jaques Vagner (PT/BA), reconheceu publicamente que o PT se “lambuzou” na corrupção sistêmica.”

Procurando ser ainda mais contundente do que a própria direita, Chico Alencar cita o “saudoso Chico de Oliveira (1933-2019)” para afirmar que os dirigentes do PT formariam uma “nova classe”, constituída a partir do acesso aos recursos dos fundos de pensão e do poder público para promover um enriquecimento fabuloso.

De acordo com Chico Alencar quem tem razão é Tarso Genro, uma vez que é preciso fazer uma autocritica desse “desencantamento” produzido pelo hegemonismo sobre os movimentos sociais, e que não é mais possível reconstruir um partido a partir da noção ultrapassada de classe trabalhadora industrial. Segundo o guru Tarso Genro, “não pode ser hegemônico pré-datado”, pois existem novas relações em rede.

Dessa forma, ressalta Chico Alencar “sua base operária não é mais, nem numérica nem qualitativamente, a mesma dos anos 1980. A sociedade brasileira mudou muito nos últimos 40 anos! Diversas funções foram extintas e categorias como a metalúrgica e a bancária – para citar dois exemplos – sofreram drástica redução. Hoje o “precariado” avulta, e o “acolhimento neopentecostal”, com forte inserção popular e viés conservador, se amplia. A esquerda não tem conseguido dialogar com esses fenômenos sociais.”

Qual a conclusão sobre essas “mudanças”? Que não somente o PT, mas a toda esquerda precisa abandonar a luta em defesa da classe operária, pois ela já tem importância e mais que isso nem existe mais, e portanto não adianta levantar a defesa da CLT, mas “Trata-se, neste caso, de organizar outro sistema público protetivo.”

Como se vê as posições burguesas e liquidacionistas sobre os 40 anos do PT têm um alcance ainda mais profundo, Chico Alencar , justificando o fato de fazer uma autocritica do PT apesar de ser do PSOL, afirma “Não se faz autocrítica dos outros. Mas que essa boa tradição da esquerda precisa ser revitalizada, em todas as organizações progressistas, lá isso precisa.”

Os balanços enviesados sobre os 40 anos do PT ( como os realizados por Tarso Genro e reiterado por Chico Alencar) não dizem respeito ao passado do PT, mas é todo um programa de capitulação política e adaptação ao regime burguês , que tem como ingredientes a exigência da “ autocritica” do PT, construção de Frente Ampla e abandono das reivindicações operárias.

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