Nesta semana, fascistas invadiram uma transmissão ao vivo do PT em Salvador, no lançamento das pré-candidaturas a prefeitura da cidade. Invasões como essa também aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, durante as pré-candidaturas de Lindinalva de Paula (PT-BA), William De Lucca (PT-SP), Renata Souza (PSOL-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Tamires Sampaio (PT-SP). Os ataques incluíam imagens de estupro, símbolos nazistas, mensagens racistas, contra as mulheres e homossexuais, ofensas aos participantes das reuniões e saudações ao presidente golpista Jair Bolsonaro.
Na capital da Bahia, o ataque ocorreu no dia 22/8, quando, em um evento online para promover a candidatura à vereadora de Lindalva de Pauta do PT, dois sujeitos com câmera e microfone ligados invadiram a reunião logo no seu início para promover um boicote aberto a organização da esquerda. Os sujeitos colocaram nos seus vídeos cenas de estupros, mutilação, e diversas saudações ao nazismo e ao fascismo, ao mesmo tempo que aclamavam o presidente fraudulento e genocida Jair Bolsonaro. Um claro ataque fascista as organizações de esquerda, de grupos bolsonaristas. O PT de Salvador denunciou o caso grotesco, e o presidente do diretório municipal do partido, Ademário Costa, declarou: “Foram ações criminosas da política reacionária, misógina, machista e racista. Por isso, não vamos tolerar e denunciaremos estes crimes que visam prejudicar o debate que a esquerda tem feito em todo o Brasil na construção de candidaturas representativas”.
Um ataque semelhante também ocorreu no interior da Bahia com o lançamento da candidatura do PSOL em Porto Seguro. Os fascistas quebraram o protocolo de segurança do Google Meet e agiram exatamente igual ao grupo de Salvador, com câmeras ligadas que apresentavam cenas de mortes e estupros, ameaças e grunhidos para aterrorizar os participantes da reunião e assim impedir o lançamento das candidaturas. É um método velho com uma cara nova. E esse método é caracteristicamente fascista. Quando esses grupos intervêm arbitrariamente nas organizações do povo, partidos, associações de bairros, sindicatos e movimentos sociais, eles tentam barrar a organização dos trabalhadores da cidade e do campo com a força.
Nesse caso, a força da invasão, das cenas aterrorizantes que são projetadas nas telas dos companheiros. Mas, em tempos não muito remotos, essas mesmas cenas eram orquestradas com os próprios participantes de reuniões e assembleias, como na esteira de sangue que levou Mussolini, Hitler e demais fascistas ao poder. E esse tipo de acontecimento está cada vez mais comum na esquerda. Passa longe de ser um mero acaso e se coloca na ordem do dia, de forma rotineira. São inúmeros ataques como esse acontecendo de maneira cada vez mais exponencial, desde o ataque a este diário, que foi o primeiro. Desde o dia 18/7 os ataques estão sendo feitos em massa, de várias formas, seguindo o mesmo método da cartilha do fascismo.
Esses ataques ocorrem justamente em um momento de profunda crise do governo golpista e um acentuamento da perseguição do aparato repressivo, controle pelo governo fraudulento, a esquerda em geral. Como o dossiê da lista dos servidores antifascistas, a criação de órgãos de espionagem políticos e entre tantas outros fatos que mostram que o regime se encaminha a uma ditadura. É necessária uma grande mobilização que coloque fim ao governo Bolsonaro e que derrube o regime golpista, barrando a ofensiva do fascismo que se espalha sistematicamente.