Não é de se espantar que, em plena pandemia, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à Conlutas, do PSTU tenha reduzido seus votos nas eleições, onde a mesma foi realizada a toque de caixa na última semana, ou seja, nos dias 25 e 26 de fevereiro e teve uma redução de 2.000 votantes em relação à eleição anterior, o correspondente a 30%, tática comumente utilizada pelas burocracias sindicais, ao estilo da Força Sindical e que o PSTU a utiliza como método, um verdadeiro absurdo.
No entanto, há uma razão de ser, porque, durante todo o período da gestão anterior a 2020, mas também, durante todo esse ano, principalmente na pandemia, a direção do sindicato do PSTU deixou os metalúrgicos completamente abandonados. Adotaram a política imposta pelo imperialismo, representado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), do “fique em casa”, fechando as portas do sindicato e, adotando o método farsa de realização de assembleias virtuais, por Youtube, Facebook, etc. e, ainda, está se utilizando da mesma pandemia para evitar qualquer concorrência.
Somado a essa situação tem a brutal capitulação, diante do conjunto dos trabalhadores que, em praticamente todas as fábricas, adotou como norma, a política do governo golpista de Jair Bolsonaro de acatar a famigerada Medida Provisória 936/2020, que rebaixou os salários e suspendeu os contratos dos trabalhadores, o que acarretou em diminuição do 13º salário e redução nas férias. Isto ocorreu em praticamente todas as empresas onde o sindicato do PSTU, numa capitulação vergonhosa deixou os trabalhadores totalmente vulneráveis, nas mãos dos patrões. Um dos exemplos foi o de dar carta branca para os patrões demitirem, como aconteceu com mais de 2.500 trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER) no início de setembro de 2020.
Não bastasse a capitulação contra essa atitude criminosa dos patrões, deixaram os trabalhadores à própria sorte ao não chamar uma greve. A direção do Sindimetal/SJ decidiu que os trabalhadores deveriam se abster de qualquer luta, a não ser a de entrar com processo na justiça. Diante desse quadro, ter a possibilidade de haver uma chapa concorrente é um risco muito grande. Desta forma, a decisão da direção do sindicato do PSTU foi a de eliminar qualquer possibilidade de haver uma chapa opositora. Portanto resolveu em plena pandemia, realizar seu processo eleitoral, aos moldes tradicionais da Força Sindical.
Há de ressaltar que, durante o processo eleitoral houve mais uma audiência de conciliação, a quarta já realizada entre os patrões, a direção do sindicato e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre as 2.500 demissões. Porém, sequer foi divulgado o resultado dessa reunião.
Diante desses fatos graves, de agirem idênticos aos dirigentes da Força Sindical, ou melhor, ao estilo dos sindicatos intervencionistas do período da ditadura militar, para disfarçar o descontentamento dos trabalhadores, preferiram esconder a situação real do sindicato, realizando o quanto antes sua “eleição”.