Nesta quarta (13) a CSP Conlutas, “central sindical” do PSTU, lançou nota colocando-se contra o golpe na Bolívia, porém, com o mesmo programa do bloco golpista (extrema direita e direita) – que não aceitou a reeleição de Evo Morales-MAS (Partido Movimento ao Socialismo) e derrubou o governo nacionalista com um golpe militar – defendendo “eleições livres”.
“Golpe dirigido por Camacho, pela Polícia e pelo Exército, que manobraram e se utilizaram da mobilização popular contra a fraude eleitoral realizada por Evo Morales.” (Nota da CSP Conlutas)
O PSTU/Conlutas reconhece que um golpe militar derrubou o governo de Evo Morales, mas na política reacionária de culpar a vítima, responsabiliza Morales pela fraude eleitoral, acobertando quem realmente fraudou as eleições para impedir um 4º mandato de Morales: a burguesia, a direita e a extrema direita.
Como se não bastasse, o partido cita que houve comprovação de “graves irregularidades no processo eleitoral” utilizando como base a auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos). Como se o Ministério das Colônias dos EUA (Estados Unidos da América) fosse uma fonte confiável e fidedigna e não um órgão de infiltração da política do imperialismo nos países atrasados.
Essa posição centrista, totalmente fora da realidade boliviana, leva o PSTU/Conlutas a defender a política dos golpistas, de “eleições livres”. Mas se Evo ganhou as eleições, sequer terminou seu mandato atual (que vai até o início de 2020) e foi derrubado por um golpe militar, porque ter novas eleições? E mais, quem controlaria as eleições no cenário atual boliviano, controlado pela extrema direita? O PSTU/Conlutas espera que a extrema direita organize “eleições livres”? É muita loucura política.
Os morenistas, como sempre, querem defender uma terceira via que não existe, denunciar o golpe sem defender o direito do povo eleger Evo Morales, sem defender quem foi golpeado. É a mesma política capituladora que adotaram no Brasil ao não apenas não defender o mandato de Dilma, como pedir em coro com a direita o “fora Dilma” e na Venezuela, em que entoaram com o imperialismo o “fora Maduro”.
A posição do PSTU/Conlutas, por fim, é a expressão da confusão política (em fase terminal) que vive o Partido e sua “central” de brinquedo. Querem apoiar os golpistas (como fizeram no Brasil e na Venezuela e em todo os países onde o imperialismo deu o golpe), mas para disfarçar, encontraram uma posição híbrida de “nem golpistas, nem Evo”, o que não serve para nada, uma vez que Evo acabou de ser eleito e se dependesse do povo seria eleito de novo. Portanto, é uma posição que só serve para paralisar os trabalhadores diante dos golpistas e colocar o agrupamento morenista a reboque do imperialismo na América latina.