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Eleições 2020

PSTU abraça a frente ampla

O PSTU apoia candidaturas do PSOL e do PCdoB, integrando a frente com a burguesia

O período eleitoral é propício para a enganação e o fomento de ilusões, a esquerda pequeno burguesa que se apresenta como “radical” e mesmo “socialista” mesmo com o aumento do caráter antidemocrático do regime político, depois do golpe de Estado de 2016, continua jogando todas as fichas no eleitoralismo.

No que se refere à orientação geral da burguesia no jogo eleitoral de 2020 é nítida a busca pela reciclagem do centro político “democrático”, na verdade golpista, em especial os partidos da direita tradicional, como DEM, PP e PSD, oriundos da antiga Arena, partido do regime militar (que também estiveram unificados no PDS e PFL). Um ponto fundamental dessa política de fortalecimento dos partidos do “centro”, é a busca da Frente Ampla, com valorização de aliança em torno de lideranças da direita, dita inadequadamente de “civilizada”.

Pois bem, parte importante dessa política de reforço do centro político do regime passa pelo esvaziamento do PT, principal partido reformista da esquerda e competidor eleitoral no terreno eleitoral com os partidos burgueses. Dessa forma, não por acaso a imprensa capitalista procurou atacar os candidatos do PT, e promover acintosamente as candidaturas de “esquerda” não petista, como Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Manuela D`Avila (PCdoB), em Porto Alegre. Não por acaso que os balanços eleitorais da imprensa burguesa, repetidos pela esquerda, foi a supervalorização da “nova esquerda”, que estaria desbancando o PT.

O PSTU teve uma vertiginosamente redução na sua intervenção eleitoral, em consequência da crise que praticamente o liquidou enquanto força política com alguma relevância na esquerda. Mas o que interessa aqui assinalar é que mesmo com essa fragilização, em decorrência do seu apoio ao golpe de 2016, quando defendeu junto com a direita o “Fora Dilma”, os morenistas continuam se orientando fundamentalmente sua atuação a partir da bússola da burguesia, tendo como norte um antipetismo permanente.

Dessa forma, neste segundo turno, o posicionamento básico do PSTU diante dos confrontos eleitorais, é apoiar as candidaturas da esquerda não petista, como PSOL em São Paulo e PCdoB em Porto Alegre, e não votar de forma alguma quando se trata de candidaturas do PT, como é o caso de Recife.

Isso mesmo o próprio PSTU afirmar que é plenamente consciente  a política fundamental levada adiante tanto por Boulos e o PSOL em São Paulo quanto Manuela e o PCdo B são contrárias aos trabalhadores, e constituírem frentes eleitorais com partidos patronais.

Neste 2º turno, chamamos a votar criticamente em Boulos para derrotar Covas e Doria (PSDB). Não temos acordo  com os objetivos estratégicos, nem com o projeto, programa e política atual de Boulos e do PSOL. Por isso, o chamado ao voto na sua candidatura não implica em apoio ao seu futuro governo, caso seja eleito. Pelo contrário, pensamos que a classe trabalhadora não deve depositar confiança em governos de aliança e colaboração com setores e partidos capitalistas.

Neste sentido, não se trata de que o PSTU estaria iludido com a demagogia eleitoral do “gabinete do amor” de Boulos e Erundina, como a nota indica a candidatura do PSOL defende a frente ampla e as alianças com partidos burgueses.

Por sua vez, o caso do “ apoio critico” a candidatura de Manuela do PCdoB em Porto Alegre é ainda mais evidente, uma vez que o PCdoB é o principal defensor da frente ampla com a burguesia, e apresenta essa política de aliança, inclusive com partidos de direita de uma maneira explicita e permanente, sendo que até mesmo o próprio PCdoB foi diluído na política de frente ampla, através do fomento do movimento 65.

“Neste segundo turno, em Porto Alegre, chamamos voto crítico na candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB) para derrotar Sebastião Melo (MDB). No entanto, não temos acordo com as alianças, projeto, programa e política que Manuela defende e representa. Desta forma, o chamado ao voto na sua candidatura não implica em apoio ao seu futuro governo, caso seja eleita.” 

Os morenistas sempre procuram ser muitos “espertos”,  tentando esconder suas posições ou camuflar uma determinada políticas com frases ocas, mas invariavelmente acabam em desastres completos. Assim, falam de  “voto critico” e do “ apoio para depois ser uma oposição radical, caso eleito”, notem que é padrão que pode ser usado para apoiar “ criticamente” frentes eleitorais com a burguesia de maneira escamoteada, ou seja integrar de maneira envergonhada a política burguesa de frente ampla. No Rio de janeiro, a corrente do PSOL, Resistência, formada por egressos do PSTU adotaram o mesmo truque para apoiar o candidato da direita, Eduardo Paes do DEM, “ voto critico” e vamos “ formar a oposição ao novo governo”.

No caso do PSTU, de qualquer forma não pode ser acusado de incoerência, uma vez que  é mantido os ataques ao PT e a subordinação a estratégia geral da burguesia. Assim,  o partido continua seguindo caninamente a orientação geral da burguesia, apoiando a “ esquerda” não petista para fortalecer a consolidação do regime golpista, que o PSTU ajudou a se constituir. A frente ampla que o PSTU apoia em São Paulo com Boulos e em Porto Alegre com Manuela não representa nenhum interesse dos trabalhadores, e do ponto de vista concreta é muito mais direitista do que as frentes populares constituídas pelo PT, por isso mais uma vez o PSTU se deixar usar pela direita golpista.

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