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Esquerda pequeno-burguesa

PSTU abraça a conciliação de classes

Do ultra esquerdismo à conciliação?

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) em Salvador, Bahia, chama voto crítico no candidato à prefeitura da cidade pelo PSOL, Hilton Coelho. Em matéria intitulada: “Em Salvador (BA), PSTU chama voto crítico no PSOL”, publicada em seu site oficial, o Partido oficializou sua posição. Com esse apoio o PSTU  demonstra a sua disposição de fazer parte da frente-ampla, ou seja, a unidade da esquerda com a direita golpista tradicional, com aquela, a reboque desta, e cumprir o papel de ser sua ala “revolucionária”, que não pode faltar numa boa frente antipopular e antidemocrática deste tipo.

Na matéria citada, após uma preâmbulo em que o autor afirma o papel socialista, anticapitalista, ético e maravilhoso do PSTU, de sua campanha na periferia, nas cidades, nas fábricas, de suas combativas candidaturas, preâmbulo indispensável para seu objetivo, que é justificar o apoio à política de conciliação de classes, de frente ampla que tem o PSOL como um componente importante, o articulista do referido partido passa a análise das condições que levaram o partido a tomar essa posição.

Curiosamente, não é feita uma análise da situação política nacional, do caráter antidemocrático das eleições; das forças sociais em luta. Não se discute a política a ser adotada que contribua com o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, dos explorados, dos oprimidos, mas simplesmente atem-se em realizar uma análise do perfil dos candidatos da esquerda e da direita. Após rejeitar todos eles, candidatos e partidos – obviamente, o PCO, que tem candidato em Salvador, sequer é citado -, chegou-se ao PSOL e seu candidato.  Ambos, também, são rejeitados, porém o PSTU, chama voto crítico, só referido o porque é crítico, mas não o porquê votar no PSOL; não diz uma palavra sobre qual é o sentido positivo desta política.

Vejamos um trecho:

Em todo o país, as candidaturas do PSOL tem se apresentado como gestores de um capital “mais humano”, como um PT requentado. Mesmo em Salvador, o candidato Hilton Coelho, de uma corrente da “esquerda do PSOL”, defende um programa insuficiente para resolver a fundo as necessidades da classe trabalhadora, do povo pobre e negro de nossa cidade.

E mais:

“Não tivemos condições de apresentar uma candidatura que expresse esta alternativa socialista e revolucionária em Salvador. Por este motivo, chamamos o voto crítico no PSOL e conclamamos os trabalhadores, jovens, negros e negras, mulheres e LGBTS a construir esta alternativa revolucionária”.

Tirando a confissão de oportunismo político, de apoiar um partido e um candidato simplesmente porque não pode lançar seu próprio candidato, mostrando que seu critério político não é favorecer aquilo que faz desenvolver a consciência, a organização e a luta dos operários e das massas oprimidas, qual o significado de apoiar um candidatura que não comunga em nada com as aspirações e o programa do Partido, como aponta a nota oficial publicada? Qual o ganho político para uma suposta política “revolucionária”?

Para o incauto a posição do PSTU aparece como um mistério da fé, porque apoiar exatamente o PSOL se se tem considerações como a expressa acima? No entanto, é mais simples de entender a posição do PSTU do que a Santíssima Trindade.

O PSTU está se deslocando para a política de frente ampla com a burguesia golpista, Da sua parte, o PSTU sempre traduziu de uma certa maneira a política da burguesia, mas agora “usa” o PSOL para buscar um “lugar” ao sol  na frente ampla. Não é mera semelhança a “nova” posição do Partido, com a política adotada pelo seu ex-dirigente Valério Arcary e o seu grupo, que aderiram de “mala e cuia” ao PSOL.

O PSOL é um dos partidos centrais na política de frente-ampla, seus dirigentes, os maiores animadores, sua atuação eleitoral uma primeira realização prática da frente-ampla. Desde o encontro Direitos já, sabiamente apelidado de direita já, que contou com a presença  dos maiores inimigos do povo brasileiro, como FHC, Luciano Huck, Armínio Fraga, Geraldo Alckmin, além de Guilherme Boulos, Marcelo Freixo, ambos do PSOL, dentre outros, o PSOL vem nessa política.

Marcelo Freixo, cotado como um dos principais candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, retirou sua candidatura para favorecer o candidato do DEM, Eduardo Paes, o Partido dos Trabalhadores que apoiaria Freixo, diante da recusa, lançou sua candidata, Benedita da Silva, muito bem colocada nas pesquisas, no entanto, para favorecer a direita, o PSOL não a apoiou e lançou uma chapa direitista, cujo vice é um Coronel da PM, numa demonstração evidente em fazer coro com a direita golpista de “limpar a barra” de uma das instituições mais odiada pela população pobre dos morros e  favelas da cidade e também do Brasil.

Em São Paulo, a candidatura Boulos cumpre o papel de permitir com que a direita e sua imprensa venal faça campanha do isolamento do PT na cidade e no País, com o propósito de apontar o Partido como liquidado. Há inclusive uma campanha para que o PT retire sua candidatura, que vai da direita do PT até essa mesma imprensa, para apoiá-lo. ´É uma clara tentativa de agrupar a esquerda pequeno-burguesa e até setores proletários em torno do PSOL; esse movimento servirá para justificar a frente-ampla sem o PT na cabeça em 2022. Esse movimento serve também como base para a manipulação eleitoral, os votos do PT que sumiram nas pesquisas irão aparecer para alguém e é a burguesia quem irá escolher quem. O resultado será naturalmente positivo para Bruno Covas do PSDB e não para o Boulos, que participa da farsa sem denunciá-la.

Esse são alguns casos, mas a política de frente-ampla, de favorecer a direita tradicional e de adotar uma política conservadora de acordo com a direita tradicional, está sendo realizada pelo PSOL em todo o País.

O PSTU ao se aliar ao PSOL evidencia o caráter demagógico de sua “independência de classe”.   Da  política ultra esquerdista do “fora todos”, cujo, resultado prático era o apoio à direita golpista – o mesmo ocorreu em outros países, basta citar a Venezuela e o Egito – o partido agora abraça “criticamente” o PSOL, portanto a política da frente ampla, sob a cobertura de estar apoiando uma frente de esquerda. Trata-se de uma giro de 360 graus, ou seja, voltou para o mesmo ponto, pois continua a reboque da política do imperialismo, uma mera mudança de forma e não de conteúdo.

Os esquerdistas pequeno-burgueses vislumbram ocupar o lugar do PT não por seus méritos, pela luta de classes, mas pela destruição desse partido pelas mãos da burguesia,  na verdade como tolos acreditam que vão ocupar o lugar do PT, quando na verdade não passam de instrumentos para reabilitar a direita tradicional pelas mãos da frente-ampla.

 

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