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Política inócua

PSOL se une ao centrão e também quer trocar ministro da saúde

O PSOL pede a o impeachment do ministro da Saúde de Bolsonaro em prol de um novo ministro, da direita e aliado do Centrão

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados está reivindicando, através de representação no Ministério Público Federal, a saída do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A representação foi enviada na quarta-feira (20) e, recentemente, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, informou que a denúncia contida na procuração está sendo investigada.

A denúncia diz respeito do TrateCov, uma plataforma que recomendava aos médicos a prescrição da cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina para o tratamento da covid-19. Esta denúncia será incorporada ao inquérito 4862/STF, que trata do desabastecimento de oxigênio nas redes de saúde pública e particular de Manaus (AM).

A própria página do PSOL afirma que,

“Para o PSOL, Pazuello tem extrapolado, de forma sistemática, os limites de sua competência, violando a lei e, consequentemente, ferindo os princípios constitucionais. A bancada aponta crimes de improbidade administrativa e de responsabilidade e pede o impeachment do ministro”.

O PSOL teria descoberto, agora, que o general golpista colocado no lugar de outros parceiros de Bolsonaro, Doria e toda a direita, no genocídio do povo brasileiro teria cometido “crimes” e quer ajudar Bolsonaro a se livrar do desgastado ministro e realizar a troca que já vem sendo articulada com setores do centrão, como parte das negociações de votos nas eleições para o comando do Congresso Nacional.

Ainda, segundo a representação,

“As ações do Ministro do Saúde não podem continuar, visto que colocam o bem comum em risco. Os atos tratados em tela são eivados de desvio de finalidade e abuso de poder, como veremos adiante, negando o conhecimento científico com o fito de justificar a agenda política negacionista do Presidente da República. Portanto, é fundamental que o parquet investigue o Representado em razões das possíveis violações da legislação em vigor”.

Mais uma vez, vemos o PSOL atua de forma vergonhosa no sentido de procurar “corrigir” o governo Bolsonaro e, aparentemente, auxiliá-lo a atuar de forma mais satisfatória para a população. No entanto, isso já assumiu um caráter grotesco e absurdo.

Isso quando  o próprio governo Bolsonaro já trocou de ministro da Saúde três vezes, o que obviamente não resolveu problema nenhum, e a covid-19 mata cada vez mais, porque deixar o povo morrer é a política oficial do governo Bolsonaro e de toda a direita.

A troca de ministros, inclusive, foi e será, mais uma vez, parte da política de dissimulação do governo. Seja lá qual for a troca que possa ocorrer agora, é evidente que a situação não apresentará melhora alguma, sem que o governo seja derrotado e sua política criminosa enterrada de vez.

A troca de ministros, endossada pelo PSOL, já vem sendo articulada anteriormente pelo bloco da direita tradicional, chamado “Centrão”, com a intenção de entregar o cargo para o deputado Ricardo Barros, do Progressitas, um dos parlamentares mais reacionários, do covil da Câmara dos Deputados, que já ocupou o Ministério. A representação do PSOL, nesse momento, vem bem a calhar para esse setor. O que mostra que o partido de esquerda se coloca a serviço de um dos piores setores da política nacional, mas com uma “motivação” esquerdista.

No final das contas, é uma política de aparências. O PSOL pede o impeachment do ministro da Saúde (como se toda a equipe de governo não fosse digna de ser derrubada) para aparentar ser “combativo” diante da população. No entanto, essa é uma política que também favorece à direita tradicional, que já está vendo formas de “abocanhar” esse ministério. No fim das contas, é mais um exemplo da política da “frente ampla” em ação.

É preciso comentar também a questão do método pelo qual se pretende derrubar o ministro. Ao invés de procurar lutar contra o governo de extrema-direita através da mobilização popular, com o povo nas ruas lutando pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas, os parlamentares do PSOL procuram agir por dentro das instituições do regime golpista, uma política que serve apenas para reforçar essas mesmas instituições golpistas.

Prova da inutilidade dessa política, é a gigantesca pilha de pedidos de impeachment sobre a qual está  “sentado” o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Pedidos esses que muito provavelmente permanecerão empilhados sob o sucessor de Maia, seja ele qual for.

É importante também ressaltar que a ação do PSOL é totalmente inócua. Primeiro, porque ela não terá nenhum efeito sobre o governo em si. Mesmo que o ministro de Bolsonaro caia e seja trocado por alguém do centrão, por outro militar, ou seja lá quem for, o governo continuará atacando a população e sua atuação continuará de ocultar a política de guerra contra o povo que a direita leva adiante, para garantir os lucros dos bancos e grandes monopólios (como os da indústria farmacêutica).

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