Na última quarta (9), o presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Juliano Medeiros, juntou-se ao ataque da imprensa burguesa contra o futebol brasileiro, à seleção e seu principal jogador: Neymar.
No twitter, Medeiros publicou:
“Se eu fosse jogador da Seleção Brasileira, pegava um avião hoje mesmo e partia de Cingapura. O desrespeito desse bolsonarista mimado não tem limites.”
A crítica do dirigente está baseada em matéria publicada no principal jornal da burguesia brasileira (a Folha de São Paulo), que procura exagerar afirmações de um jogador na posição de Neymar (principal jogador da sua seleção, a que possui mais títulos no mundo) para passar uma impressão de que Neymar seria um atleta arrogante.
Para disfarçar o fato de Partido seu estar em frente única com a burguesia, Medeiros procura dizer que Neymar é um bolsonarista, uma forma de desqualificar qualquer pessoa hoje, uma vez que a luta contra o governo Bolsonaro cresce a cada dia. No entanto, o fato de Neymar ser bolsonarista justificaria um partido de esquerda, autoproclamado socialista, como o PSOL, entrar em frente única com a burguesia na campanha contra um dos patrimônios da cultural popular brasileira: seu futebol?
Não. Não justificaria, nem justifica. Atacar o futebol brasileiro, somando-se à campanha da burguesia golpista contra o principal jogador do Brasil é uma capitulação vergonhosa, que um partido de esquerda jamais poderia ceder, sobretudo no momento crítico da luta contra o governo Bolsonaro. Isso também mostra que o PSOL, um partido eleitoral, atua baseado na “opinião pública”, ou seja, a opinião publicada pela Folha de São Paulo, O Globo, Estadão e afins e não na luta real das massas. O ataque ao futebol é uma campanha reacionária, dirigida pela direita contra as torcidas organizadas, contra a seleção brasileira e contra seus jogadores.
As falas do próprio Neymar permitem desmascarar essa campanha da burguesia:
“Trabalhei com o Messi, e ele tem o tratamento diferente. Por que ele é bonito? Não. Porque ele decide. Ele conquistou aquilo. Ele está assim depois do que alcançou. Não estou falando só de mim, estou falando de todos os atletas que têm tratamento diferente. Não estou deixando a humildade de lado.”
Será que no futebol a burguesia é socialista? Quer que todos sejam tratados iguais, é contra privilégios, etc? Ou só utiliza esta demagogia fajuta, colocando-se contra a meritocracia, apenas no caso de Neymar?