Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Desarmamento

PSOL: pacifismo pró-imperialista disfarçado de feminismo

A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) publicou uma foto segurando um cartaz em que relacionava o armamento da população com a morte de mulheres.

Na última quarta-feira (30), a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) publicou, por meio de seu perfil no Twitter, uma foto na Câmara dos Deputados expondo um cartaz contra o armamento da população. O cartaz, reproduzido acima, conta com a imagem de uma arma de fogo e os seguintes dizeres: “o seu ex-namorado ciumento poderá ter uma arma dessa”. Na publicação da foto, a deputada ainda acrescentou:

A Câmara está discutindo o famigerado PL das armas, que facilita o acesso da população a armas de fogo. Especialistas em segurança pública e direitos humanos apontam para os riscos da medida. Quanto mais homens violentos armados, mais mulheres mortas. É isso o que o Brasil quer?

Desarmamento, uma campanha pró-imperialista

O armamento da população é um temor aos olhos da direita em todo o mundo. Qualquer povo armado é, inevitavelmente, mais ameaçador do que se desprovido de armas. Como a atual etapa em que o capitalismo se encontra é marcada por uma necessidade da burguesia de impor um programa extremamente impopular – a política neoliberal -, o controle do Estado sobre a população só pode se dar por meio da força.

A força do Estado, por sua vez, não é uma força sobrenatural, nem vem por meio de uma autoridade abstrata, mas sim pelo monopólio da violência. As polícias e as guardas municipais, que são grupos formados para garantir que os interesses do Estado sejam atendidos, atuam covardemente contra um povo desarmado – um povo que vê diante de si, diariamente, a necessidade de se chocar contra o regime político para defender sua própria sobrevivência. Por outro lado, as Forças Armadas são, em quase todo o mundo, controladas por uma cúpula diretamente ligada ao imperialismo.

O monopólio da força por parte do Estado provoca genocídios diários nas periferias – somente em uma única madrugada, a Polícia Militar executou 17 pessoas na cidade de Manaus nessa semana -, massacres no campo contra indígenas e sem-terra e atua no sentido de impedir que as manifestações de rua contra o governo se alastrem. Recentemente, a Polícia Militar proibiu até mesmo um torcedor de entrar em um estádio de futebol que protestava contra o presidente golpista chileno Sebastián Piñera.

As diversas revoltas que têm acontecido nas últimas semanas contra a política neoliberal mostram que a tendência a surgirem amplos movimentos de massa contra a direita são muito grandes. O Chile, onde o povo está nas ruas mesmo depois do recuo do governo, chegou a reunir mais de um milhão de pessoas em um único dia de manifestação – sendo que o Chile possui menos de 20 milhões de habitantes e um Exército com menos de 50 mil agentes. Se todas essas pessoas estivessem armadas, quais seriam as condições de o governo Piñera permanecer de pé?

O desarmamento se impõe, dessa forma, como uma questão vital para o imperialismo. Caso a população consiga se armar, uma revolta pode rapidamente levar a tomada do poder por parte dos trabalhadores. Para manter o povo desarmado, a burguesia tem cooptado todo um setor da esquerda nacional, que estranhamente passou a defender essa pauta como se fosse uma reivindicação progressista.

Um dos aspectos que torna o debate sobre o armamento mais confuso é o fato de que o fascista Jair Bolsonaro, principal liderança da extrema-direita brasileira, tem feito do armamento uma de suas principais bandeiras. Assim, segundo os setores desarmamentistas da esquerda, combater o armamento seria combater Bolsonaro.

A relação entre Bolsonaro e o armamento, no entanto, não é tão simples. Bolsonaro é um representante dos interesses da burguesia, conforme já ficou comprovado por toda a sua política de brutal assalto aos trabalhadores por meio das privatizações e da reforma da Previdência. Portanto, jamais Bolsonaro contrariaria seus patrões em uma questão fundamental: o monopólio da força para reprimir os trabalhadores. No entanto, como Bolsonaro é sustentado também por uma base social de classe média, o fascista procura prometer armar esses setores. Como tem se visto na prática, isso não passa da mais pura demagogia: Bolsonaro pouco se empenhou em adotar alguma medida que armasse de fato a população e as propostas que foram feitas, até o momento, se mostram ultra-moderadas.

O armamento e a luta da mulher

A publicação de Sâmia Bonfim, além de fazer campanha para os inimigos da humanidade, contribui para confundir ainda mais o debate sobre a luta da mulher na sociedade capitalista. Segundo a deputada, o armamento da população faria com que os conflitos da esfera pessoal fossem levados a uma dimensão letal, causando, desse modo, um aumento no número de mortes de mulheres.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o assassinato de mulheres já ocorre – e com números muito assustadores -, devido à própria natureza da sociedade capitalista, que destina à mulher um papel de explorado superior ao do homem. E esses assassinatos ocorrem independentemente do porte de armas ser ou não legalizado: os “namorados ciumentos” que querem matar encontram uma maneira de se armar ou encontram uma maneira de matar sem o uso de uma arma de fogo.

Em segundo lugar, é preciso considerar que o armamento da população é uma medida que facilitaria a defesa da mulher. Afinal, se o “namorado ciumento” também pode se armar, por que a mulher não poderia? Lênin dizia que “a única garantia possível de democracia é um fuzil no ombro de cada trabalhador”, o que pode ser bem aplicado ao caso da mulher e do “namorado ciumento”. Não importa se seja mais forte ou tenha dois metros de altura, o homem que se relacionar com uma mulher armada se sentirá ameaçado em atentar contra ela.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.