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Eleições acima de tudo

PSOL, legenda de aluguel de esquerda

O PSOL funciona como um partido burguês, mais vale o voto do que o programa e a ideologia

Em sua entrevista para a TV 247, Guilherme Boulos afirmou que o pré-candidato a prefeito pelo PSB, Márcio França, seria um representante dos tucanos e que portanto o PSDB teria no fundo dois candidatos, ele e Bruno Covas. Isso porque Márcio França foi vice governador de Geraldo Alckmin e o PSB, segundo as palavras do prórpio Boulos, em São Paulo sempre foi linha auxiliar dos tucanos.

Somos obrigados a concordar com Boulos nesse ponto específico. Só acrescentaríamos que o PSB é uma espécie de sublegenda do PSDB há bastante tempo e não apenas em São Paulo. Apenas para citar um caso, em Pernambuco, o governo do PSB conta com a presença dos tucanos. Em suma, o PSB sempre foi um partido burguês.

Mas essa constatação de Guilherme Boulos tem um problema. Ele parece “esquecer” que a sua candidata a vice, Luiza Erundina, saiu do PSB direto para o PSOL em 2016. Erundina esteve no PSB de 1998 até 2016, foi eleita deputada federal quatro vezes e saiu, segundo ela, porque seu partido não se colocou contra o golpe.

O problema é que segundo o próprio Boulos, o PSB fez parte do governo tucano. Erundina seria então melhor que Márcio França? Pode ser, mas fato é que ela esteve num partido que esteve na base do governo tucano. Mas não é só isso, na linha das alianças com a direita, Erundina foi candidata a prefeitura em 2004 tendo como vice Michel Temer em uma coligação com o PMDB.

Além disso, Erundina, após a queda de Collor, contra a orientação do PT, seu partido na época, ocupou um ministério de Itamar Franco.

Mas para Boulos nada disso importa. O que mostra que sua crítica a Márcio França é puramente eleitoral.

A chapa Boulos-Erundina revela também uma característica do PSOL que muitos esquerdistas pequeno-burgueses ainda têm dificuldade de ver. O partido, por seu conteúdo pequeno-burguês e pela ausência de um programa político, se torna facilmente uma legenda de aluguel como qualquer partido burguês.

O caso de Erundina é bem claro. Tendo sido prefeita de São Paulo, ido para o governo Itamar, rompido com o PT à direita, tendo sido parlamentar pelo PSB por tantos anos, Erundina é uma típica política burguesa profissional e como é característico dos políticos burgueses, ultra oportunista, como sua história deixa claro.

Erundina entrou no PSOL em 2016 a pretexto de que estaria de saída do PSB e queria legalizar sua própria legenda, o RAIZ. Dessa forma, ela conseguiu manter privilégios que deputados sem legenda não têm, como a participação em comissões da Câmara e a apresentação de projetos de lei. Para ser candidata à prefeitura, não precisou provar nenhuma identidade política com o partido, sem nenhuma “raiz” ideológica e militante com o partido. Bastou para o PSOL e Erundina que ela fosse uma candidata viável.  Deixou claro: o PSOL serve como uma legenda de aluguel de esquerda para Erundina.

O caso do próprio Guilherme Boulos não é diferente. Tendo sido apresentado por algum tempo como líder do MTST, inclusive fazendo questão de ressaltar seu caráter “apartidário”, Boulos se filiou ao PSOL na véspera da escolha da pré-candidatura do PSOL à presidência em 2018, tendo registrado sua candidatura apenas dias depois da filiação. Assim como aconteceu com Erundina em 2016, um candidato que não precisou provar nenhuma identidade política e ideológica com o partido.

Bastou para Boulos uma suposta popularidade para que o PSOL o lançasse a presidência. Boulos também carregou consigo um movimento independente, que também não vingou, o “Vamos”.

Como qualquer partido burguês, mais vale o voto a qualquer preço do que a ideologia e a defesa de um programa político. E é esse também o caráter da candidatura de Boulos/Erundina.

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