Da redação – No último sábado (22), o jornal O Globo publicou uma entrevista com o candidato do PSOL ao governo do Rio de Janeiro, o vereador Tarcísio Motta. Embora a entrevista seja supostamente parte de um debate político, o jornal golpista da família Marinho só pergunta sobre repressão (“segurança pública”) e corrupção. No entanto, o pior não foi a entrevista do Globo, mas as próprias respostas do candidato do PSOL.
Pressionado a falar contra Lula por seus entrevistadores, Tarcísio Motta “cedeu”. Primeiro, Tarcísio Motta reiterou seu apoio à Lava Jato, dizendo apenas que haveria um certo “exagero” no caso de Lula. Depois de pressionado mais um pouco, o candidato do PSOL deu a declaração que serviu de manchete ao jornal golpista: “Não estamos dizendo aqui que Lula é inocente”.
Com essa declaração, o PSOL carioca, partido de Marcelo Freixo, mostrou mais uma vez até onde pode ir sua adaptação ao golpe de Estado. Não denunciam a Lava Jato, apoiam as UPPs em nome da “segurança pública”, e consideram que não se pode dizer que Lula é inocente. Não denunciam a perseguição política do Judiciário golpista mostrando como essa perseguição é: uma série de arbitrariedades à serviço de uma política da direita a mando do imperialismo. A questão se resumiria, nas palavras de Tarcísio Motta, a um problema de prazos, com o processo andando rápido demais.
Lula é preso político condenado sem provas, há 170 dias. No dia 7 de abril, Lula foi preso e levado para Curitiba para cumprir pena, apesar de ainda ter direito a recursos. Essa manobra tirou o representante reconhecido pelos trabalhadores das eleições, o candidato que liderava todas as pesquisas.